É tão pouco o q peço, muito menos
q um menino de deserta imensidão.
O meu corpo sem valia, a minha alma em abandono,
os meus pés estão suspensos no infinito,
o meu rosto em lágrimas,
o destruido e frágil coração.
É tão pouco o q peço.
Muito menos do q uma bela apresentação
q pede ser aplaudida;
acabo sendo uma pálida e fugaz recordação
ou os músculos contraídos e ofegantes
as bordas do penhasco q pede,
num esforço inútil, apenas ser salvo.
é tão pouco o q peço, é nem sequer
o q outros, menos hábeis, pedirão.
Mas ninguém parece querer-me ajudar.
e fico então com esta vida q se acaba,
esta migalha q esfarinha em minha mão;
esta flor q nao floresce nem morre.
Este pássaro implume, esta insepulta
e agônica semente q plantaram em vão.
É tão pouco o q peço, querido;
tudo o q peço é um pouco do teu amor.
Mas isso nunca poderei ter.
E por isso vivo morrendo. |