Como Eu Faço Prá Sair
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Meu amigo Lumonê
Você anda atrapalhado
Muda muito de endereço
E só vive embriagado
Tomou cachaça com mel
E veio morar no Cordel
Mostrando todo o apreço
Pelas esquinas da vida
Você andava sem rumo
Eu mesmo, você se lembra
Tentei corrigir seu aprumo
Enquanto seu caldo bebia
Bem disse que não devia
Palavras que hoje assumo
Você talento já tinha
Mostrou um verso bacana
Trocando as pernas se via
Estava cheio de cana
E foi parar na sarjeta
A coisa ficando preta
Você foi sempre sacana
Você falava em mudança
Não esqueceu a minuta
Chamou-me de filho de mãe
Mas não foi essa a escuta
Daquilo que você gritou
Quando meu café tomou
Relembrando a sua luta
Mudou-se então pro Erótico
Aqui na Usina de Letra
Trazia um grande projeto
Falando da coisa preta
Procurou por toda janela
Mas não se avistou com ela
E o caso foi prá gaveta
Aborrecido e chateado
Procurou a solução
Juntou toda a mudança
Em cima do caminhão
E ainda mal humorado
Encontrou o tão falado
Amigo de nome João
Que fez às honras da casa
Achou graça da andança
Lá na página de Humor
Aonde se fez a lambança
Você muito embriagado
Não deu sequer o recado
Parecia uma criança
Bateu com a cara no chão
Seu grito no céu ecoava
A frase não estava perfeita
A crase ainda faltava
E resolveu seguir em frente
Perguntando a toda a gente
Que prá você sinalizava
Agora depois de cansado
Da vida de menestrel
Voltou pro mesmo endereço
E mora aqui no Cordel
Já pensa de novo em fugir
Só não sabe como sair
Dessa cachaça com mel
A questão agora é séria
Não se trata de opinião
O Cordel é cana boa
De cabeça e coração
Entrou aqui é viciado
Todo dia embriagado
Pela rima e a união
Ao amigo Lumonê, um problema prá você.Se puder ou se quiser. Vê se pode resolver. Domingos.