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Artigos-->Versos Clonados -- 19/01/2004 - 09:24 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


VERSOS

CLONADOS

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Revendo os meus escritos. Alguns em forma de poemas. Outros bem rimados. Em versos metrificados. Até que fui surpreendido. A surpresa do inusitado. Tudo aquilo repetido. Copiado. Anunciado. Clonado. Ao estilo do passado. No mesmo mote da incerteza. Nos mesmos versos do refrão. Imoral é a fome e a pobreza. O desemprego e a corrupção.





A dívida pública continuava. Crescendo. Acumulando. E o povo, cada vez mais, endividado. Reclamando. E o governo, cada vez mais, tomando. Tomando dinheiro emprestado. Assim era no governo do Fernando. Que estava no fim. Graças a Deus, terminando. Restava-nos, apenas, esperar pela eleição. Para voltar a sonhar. A ter motivos para sorrir. Dar um basta naquela triste ilusão. Sonhar um dia com comida em nossa mesa. Imoral é a fome e a pobreza. O desemprego e a corrupção.



Não havia remédio. E o brasileiro passava mal. Andava nas filas do hospital. Procurando atendimento. Acordava cedo, sentia dores; um sofrimento! Sem assistência médica; não podia tratar do soeu mal. E o governo achava tudo aquilo normal. Não se comovia diante da dor da população. Gente que nascera sem coração. Que não se abatia diante de tanta tristeza. Imoral é a fome e a pobreza O desemprego e a corrupção



Sem leitura não se garante o futuro. E não havia escolas para o povo aprender. O Brasil do futuro estava sem futuro. Apesar das promessas e do juro. Do juramento. Das promessas hilariantes. Dos juros altos e baixos. Sem o ensino não há como o conhecer. O esclarecer-se. Eternamente ficaríamos no escuro. Como animal atrás do muro. Preso e amarrado ao seu desengano. Atordoado. Desequilibrado em suas quatro patas. Com fome e sem feno. Tolhido pela imensa escuridão. Ignorante. Sem qualquer compreensão. Não nos conformávamos com tamanha malvadeza. Imoral é a fome e a pobreza. O desemprego e a corrupção



Em cascata, lágrimas corriam no rosto do presidente. Crescia o olho do presidente. Que aumentava impostos todo dia. Nova taxas e novas contribuições. A lei da mais valia. Já não valia nada. A receita que se cria. Que se amplia. Encarecendo a vida do brasileiro. Que de fome já morria. Como um campeão da miséria. O maior em tanta tributação. No país que convive com a sonegação. Que faz vistas grossas às falcatruas; que vende tudo em liquidação.Que facilitou a vida do ladrão; e à sua esperteza. Imoral é a fome e a pobreza. O desemprego e a corrupção



Brasil de um governo que muito arrecadou. A preço de banana, tudo vendeu. E nunca um aumento concedeu. Que fizesse justiça ao trabalhador. Um mínimo que fosse. Que a tabela do imposto corrigisse. Que a dor de todos reduzisse. Para que pudesse à família dar atenção. Com alimento, segurança e habitação. Tirando a classe operária da incerteza. Imoral é a fome e a pobreza. O desemprego e a corrupção.



Brasil jogado, inseguro, irresponsável. Perdendo a briga para o crime organizado. País sem armas, sem viatura e sem soldado. Brasil desarmado. Brasil que trás a população encarcerada. Enquanto o crime na rua faz sua morada. Soltando balões e rojões. Tiros de verdade. Apavorando toda a cidade. Sem medo e com ousadia. Matando as esperança da população. Balas e vidas perdidas. Mostrando com firmeza a fortaleza. Imoral é a fome e a pobreza. O desemprego e a corrupção.



Brasil sem políticas para os encarcerados. Sem cadeias. De qualquer segurança. Não há respeito pelo agente carcerário. Nem o preso tem tratamento adequado. Nem o primário. Pouco trabalho. Na prisão ele é abandonado. Jogado. Nada se faz em nome da recuperação. Não há projetos de (re)socialização. E ficamos todos nesta imensa tristeza. Imoral é a fome e a pobreza. O desemprego e a corrupção



Oito anos batendo na mesma tecla. Do prometido e não cumprido. Da estabilidade e do controle da moeda. Da moeda virtual. Da moeda irreal. De um dinheiro que está sempre em queda. Em relação a moeda que comanda. Somos perdedores desse jogo; dessa ciranda financeira; dessa rasteira. Somos vítimas de eterna especulação. Que o capital impõe à esta nação. Ditando normas e pondo as cartas na mesa. Imoral é a fome e a pobreza. O desemprego e a corrupção.



E assim o governo foi embora. Sem ter tratado das reformas como devia. Passou o tempo numa imensa letargia. Dois mandatos de poucos resultados. Muito dos quais desperdiçados. Sem valia. Sem avanços. Sem grandes feitos registrados. Época do crescimento insustentável. Tudo cresceu. O desemprego e a inflação. E de lembrança, a triste história do apagão. Dos escândalos e da falta de firmeza. Imoral é a fome e a pobreza. O desemprego e a corrupção



Mas surgia esperanças de luz no final do túnel. As luzes que iluminariam esta nação. Foram, de novo, acesas. Com a chegada da eleição. Nossa chance de consertar o presente. E construir um novo futuro. Para retirarmos o país dessa sombra, desse escuro. A esperança voltou a brilhar. A emoção estava no ar. Com muita paz, muito trabalho e muito amor. Com segurança, justiça social e educação. Haveríamos de mudar de rumo, virar a mesa. Imoral é a fome e a pobreza. O desemprego e a corrupção.



Mas qual amigos e companheiros. Que decepção! Um ano de promessas. De viagens. Rotas na contramão. Na mesma estrada á direita. O retorno à estagnação. Bravatas e metáforas. O dizer sem nexo. Desconexo. O falar por falar. A arte de negociar. Com todos, menos com o povo. Caminhando no mesmo rumo. No mesmo tom e no mesmo prumo. Na mesma estação. Com a mesma intenção. Até a próxima parada. A parada final da reeleição. De volta toda a incerteza. Continuamos no mesmo refrão. Imoral é a fome e a pobreza. O desemprego e a corrupção.



18 de janeiro de 2004



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