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Infantil-->CONFISSÕES DO MENININHONITO -- 03/09/2005 - 09:07 (LUIZ ALBERTO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ôi, amiguinhos e amiguinhas, sou o Menininhonito, uma daquelas crianças que nunca viu Papai Noel. Não sei se é porque meu pai fecha as portas na véspera de natal, ou porque lá em casa não tem lareira. Ou porque as janelas sempre estão fechadas por causa dos ladrões. Nossa, da medo mesmo. Lá em casa ainda não teve ladrão, não, mas a gente fica tudo precavido. As portas, portões e janelas estão sempre bem fechadas. Acho que é isso mesmo a razão de nunca ter visto Papai Noel.
Não sei mesmo, acho que é porque aqui onde eu moro não tem neve, é calorzão de manhã, de tarde e de noite, muito esgoto e sujeira, ruas esburacadas, céu com cinza de cana-de-açúcar. Aí ele não vem. Acho que é por isso mesmo, sei lá!
Bem, mesmo que ele se esqueça de mim, mesmo assim, não deixo de colocar nos meus sapatos os pedidos para ele. Nunca fui atendido, eu sei, mas acho que um dia serei. Será por que sempre peço paz, tranquilidade e sorte para todos, abrigo e comida para todas as crianças do mundo, será? Sei não, acho que ele só vai em casa de quem eu não conheço. Acho que é isso mesmo.
Os meus amigos mesmo, ganham presentes no natal mas nunca viram Papai Noel, a não ser na televisão, no comércio e nas palavras dos adultos. Eu mesmo nunca nem vi nem ganhei nada dele.
Em compensação, Pai Lula todo dia traz uma lembrancinha para mim. Tia Conça, também, de vez em quando.
Daí eu penso que Papai Noel é Pai Lula, esse sim, esse me dá presentinhos todos os dias. E com esses presentes eu brinco todo dia também. São cavalos-de-pau, carrinhos-de-madeira, livros de historinhas e outras coisitas bem interessantes.
Gosto muito quando Pai Lula chega me chamando para entregar o que trouxe escondido. Eu fico pulando de alegria.
Meu pai mesmo é muito ocupado e não tem tempo para comprar presentes para mim. Claro, ele me diz que tem que trabalhar para poder sustentar a gente. Eu não entendo muito isso, mas sei que ele não compra porque tem que trabalhar.
Minha mãe, coitada, cuidando de mim e de outras três irmãs minhas que não param de chorar e chamar por ela. Além do mais, ela tem que lavar roupa, pratos, talheres, cuidar da casa e, ainda, fazer a comida todo santo dia para a gente não morrer de fome. É, minha mãe trabalha feito uma condenada. Não sei porque ela trabalha tanto. Ela só, não, não sei porque tanta gente trabalha tanto a ponto de se esquecer dos filhos. Eu mesmo, quando crescer, quero comprar muitos presentes para meus filhos e ter muito tempo para brincar com eles. Mas isso vai demorar, ainda sou uma criança. Daqui que eu cresça e fique grande ainda vou ver muita coisa.
Ainda bem que eu tenho meus amiguinhos e amiguinhas para brincar. E, quando estou sozinho, ah, fico entretido com as aventuras dos meus livros. Ah! como eu queria viver dentro de um livro, sabiam? Eu mesmo queria morar nos livros. O único que eu não quero viver é no do David Coperfield, esse não quero não. Ele sofre demais e é muito triste. Eu queria era viver no Sítio do Pica-pau Amarelo, aí sim. Queria também ver o Bicho Papão para ver se ele é feio mesmo; a Curupira nas matas; no mundo do Alvroadinha; brincar com Flicts; enfim, ficar vivendo de livro em livro, seria bom demais. Cada dia uma história diferente. Bom demais, mesmo.
Um dia, eu mesmo vou contar a minha história cheia de fantasia, brinquedos e muita mas muita mesmo presepada. Ah, se vou!
Nessa história vou colocar todos os meus amiguinhos, amiguinhas, personagens que eu gosto, tudo inventado no reino do faz-de-conta, tudo feito na maior alegria e com todo mundo. Mas enquanto eu não sei escrever essa história, eu vou brincar com todos os meus amiguinhos e amiguinhas para ver o tempo passar.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.http://www.luizalbertomachado.com.br

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