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Poesias-->De Alguns Poemas -- 15/01/2002 - 19:28 (Fernanda Guimarães) |
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De Alguns Poemas
Guardo versos na fronde dos olhos
Que me amparam o transpirar da alma
Abraçam-me como os braços do vento
Arrefecendo o cativeiro das minhas brumas
Guardo versos nas asas dos lábios
E quando me permitem o vôo
Liberto-os do peso dos meus hiatos
E do sal que açoita a minha melancolia
Existem poemas que são veredas
Ensaios para meus tontos passos
Atalhos para as minhas buscas
Despem meu corpo de outro corpo
E derramam-se no relevo dos espelhos
Alguns poemas são alçapões
Onde abrigo, o que não sei decifrar
Talvez súplicas e incertezas sem voz
Para que meus dedos me auscultem
Tocando os sons dos meus enigmas
Alguns poemas são as palmas de tuas mãos
Onde me plasmas em afagos de luz
Colhendo-me das minhas destemperanças.
Oferendas de ternuras e malvasias
Com que nutres meus olhares ocres
Alguns poemas são clareiras
Onde o silêncio da palavra me preenche.
Florescida pelo orvalho do idioma impossível
Reclino-me na brisa do que não será escrito
© Nandinha Guimarães
Em 14.01.02
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