Compreensão que tenho não acende
[um manifesto,
tem a impotência das manadas indefesas,
cujas trilhas de conceito probo foram vetadas,
porém não apagam as marcas de idas e vindas,
por direções outrora também tomadas.
De quando fortes punham as mãos na haste,
E em momentos inesquecíveis o dedo
[em riste,
respeitosos os fracos da indignação,
acotovelavam-se aguardando indolentes,
o expurgo dos desmandos da pseudo elite.
Compreensão que tenho (a mesma) da prole,
que inerte ouve rufar tarolas nas tardes,
no alvorecer a precisão das sirenes,
coretos que hoje só ornamentam praças,
e estampidos ressoam ao tapar de ouvidos.
O que olhos olham entre olhares ávidos,
como a lancetar os portões do algoz,
bocas rangendo entre dentes como forjas,
desejosas por desatar lacres e correntes,
que aprisionam anseios num silêncio atroz.
Onde a marcha interrompe um clarinete toca,
onde trilhas bifurcam os capacetes queixam,
que dentre eles surja o punho irado,
reacendendo a chama dos destemidos,
para que o manifesto tenha sua grande deixa.
Compreensão que tenho.............
AdeGa/96
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