Andas sempre agoniadas
A procura do que não perdeu,
Correndo sempre para os bancos
Pensando no dinheiro seu.
Esquece a hora do almoço
Não enxerga ninguém a seu lado,
Na correria da vida
Nem lembra dos filhos amados.
Na hora que vais dormir
Procura o sono que não vem,
Quando vem, só pesadelo!
Trazendo o que não convém.
Se conversas com alguém
O papo é só em lucrar,
Está logo querendo saber
Quem tem dinheiro prá emprestar.
Muita terra mostrará
Com manadas de bois pastando,
Na ganância que passa na vida
Nem vê a vida passando.
Com isso o tempo vai passando
E nem nota a maravilha,
Daqueles que estão a seu lado
Amando sua própria família.
Depois que chega a velhice
Isso se não morrer de dor,
Verá que Não teve aproveito
Das coisas que acumulou.
Quando tiver com olho grande
Visite uma sentinela,
O morto não leva nada
Acharás a vida mais bela.
E quando te achares preocupado
Em ver que nada sobrou,
Não desespere meu irmão
Alguma coisa ficou.
Visite um cemitério
Fique na porta observando,
Verás que aqueles mortos
Que pôr alí vai entrando,
Uns morreu de apendicite
Outros foram de coração,
Tem os que morreram de úlcera
E os que foram de pulmão.
Alguns morreram de desastre
Outros partiram de bronquite,
Uns o câncer levou
Outros foram de meningite,
Digo-te que não verás
Se prestares muita atenção,
Que de fome nunca passou
Um morto naquele portão.
