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Artigos-->ARGENTINA UM, BRASIL ZERO -- 07/01/2004 - 18:58 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


ARGENTINA UM, BRASIL ZERO

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



Nosso bom rival e vizinho, a Argentina, está de parabéns! Desta vez na modalidade esportiva do jogo da economia. Um belo gol de placa! Justas, portanto, as comemorações da time azul e branco, sobre a tímida equipe canarinho.



Os festejos referem-se ao melhor Natal dos últimos três anos. As vendas, segundo os jornais, situaram-se em patamares 25% superiores em relação ao ano de 2002; o PIB cresceu 7%, em 2003; enquanto que, em 2002, houve queda de 11%; em tese, estes números poderiam significar, na realidade, um crescimento do PIB em torno de 18%: sete pontos de crescimento, somados aos onze recuperados.



Ademais, o jogo com os credores internacionais, cuja arrecadação seria para saldar dívidas contraídas com os mesmos, foi bastante duro. A Argentina confia no seu time e, por conta disso, suspendeu o pagamento da dívida até o final do jogo. Propondo um desconto de 75% sobre o valor da mesma.



O adversário, em princípio, não aceitou a proposta. Mas já admite conceder um desconto de 35%, diante da superioridade do ataque argentino, e da coragem do time portenho.



Seu técnico, o ministro da Economia, Roberto Lavagna, com o aval do presidente do clube, Nestor Kirchner - que de cego não tem nada -, já disse alto e em bom som que o país não precisa do FMI para crescer. E já conta com o apoio da poderosa Associação Empresarial Argentina, que precisa de recursos para continuar a alavancar a economia; e produzir mais, gerando receitas e empregos que darão o tom d firme propósito daquela nação em sair da paralisia em que se encontrava .



Enquanto o acordo com os credores não se realiza, nos moldes propostos pela Argentina, o país - em moratória - comemora a sobra de recursos que aquece o mercado interno; e, aos poucos, vai saindo da brutal recessão que se encontrava, desde 1998.



Vale lembrar que, em 2002, a moeda ficou abaixo de três pesos por dólar; e a arrecadação passou de quatro bilhões de pesos para seis bilhões. Um crescimento, portanto, de 50%.



Pena quer alguns jornais no Brasil, deram pouca importância às notícias alvissareiras; procurando, talvez, evitar que se fizessem comparações com o modelo econômico adotado no Brasil. Que caminha na direção oposta daquele seguido pela Argentina.



Falam, alguns jornais, inclusive, em tom assustador: de que esta euforia, caso não se consiga controlar os gastos públicos, poderá representar o retorno do processo inflacionário; com o risco de a Argentina ter que, novamente, passar por forte ajuste fiscal, a fim de manter-se de pé.



Convenhamos. Pior está acontecendo aqui no Brasil. Estamos, há dez anos, cumprindo, com folgas, a lição indicada pelo FMI; mas, até agora, as coisas só têm piorado. Só os banqueiros e agiotas internacionais estão ganhando. E não se vislumbram perspectivas de melhorias. Ao contrário, não há luz no final do túnel.



A pior decisão é a indecisão. A omissão. A falta de ousadia e de criatividade. Há saídas, sim. E muitas. O que não se pode é fechar os olhos para o determinismo de que a saída para os problemas brasileiros é única e passa, necessariamente, pela porta do endividamento e da subserviência ao capital estrangeiro.



07 de janeiro de 2004.





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