Dá licença meus amigos .
Para todos vou falar
De um assunto interessante
Que acabei de pesquisar,
É a literatura de cordel
E tudo que nela há
Literatura rica, interessante
Tem o poder da sintetização
Tem, variados temas e motes
E muita dramatização
É a literatura de cordel
Cantada em todo Sertão
Embora muitos não saibam
No oriente e Europa foi que nasceu
Essa forma literária,
Que de presente nos deu
Grandes poetas e cantadores
E é também um prazer meu.
Oriental ou européia
No Brasil ela encontrou,
Nas raízes nordestinas,
Campo fértil e ficou
Hoje é arte popular,
A essência do cantador.
Em Portugal e Espanha
Com esse nome era conhecida,
Hoje traz histórias tradicionais
Ou simplesmente causos da vida.
Conta histórias fictícias
Ou a realidade contida.
Nesse mundo em que vivemos
As partes formam um todo
Da literatura de cordel
Todo mundo tem um pouco
Ela anima o bate papo,
Faz o desafio sem dá soco.
Fala de ricos e de pobres
De cabra macho e peão,
Fala de brigas e de amores,
Da cidade e do Sertão
É feita de improviso na viola
Ou escrita pelo coração,
Conta-se lindos romances
Na literatura escrita
E o verso da oralidade
Fica por conta do repentista
Na peleja ou na poesia,
É arte viva cantada pelo artista.
É feita em quarteto
Mas a sextilha é preferida
Conta coisas engraçadas
Ou as tristezas da vida.
Assim o mestre Patativa
Criou a triste partida.
Tem muita gente conhecida
Que vive para essa arte
A dupla, Caju Castanha
Conhecida em toda parte.
Tem o poeta Laurentino
De primeiríssima qualidade.
Fez-se presente na infância
Do nosso mestre João Cabral
Que cantava para os amigos
Essa arte magistral.
Eles porém não sabiam,
Que ouviam um imortal.
É arte bem Brasileira
Mesmo nativa de outro lugar.
Hoje tem a nossa cara
Faz parte da cultura popular.
Pois é do povo e para o povo
Porque, é o prazer de cantar.
Tem canto de lamento
Tem canto de amor
Tem canto de saudade
Tem canto de louvor
Tem afeto, tem bondade
Tem a vida do cantador.
O artista e o povo
Deu-lhe beleza e simplicidade
A força da natureza
E o sabor da liberdade
O canto do coração
Encheu-lhe de grandeza e coragem
Sendo sextilha ou oitava,
Sendo quadra ou quadrão
É a literatura adequada
Pra quem ama o sertão.
Não interessa sua forma
Pois a linguagem é do coração.
Sendo décima ou moirão,
Sete pés ou quintilha
Até treze versos já se vão
Para cantar uma cantiga.
Da cidade ao sertão
Da fantasia à real vida.
Essa arte tão pura
De expressão tão natural
É uma das muitas heranças
Que nos trouxe Portugal.
E o Brasil a adotou,
Deu-lhe beleza sem igual
É essa arte, a poesia
Feita naturalmente,
Cantada na tristeza ou alegria
Na simplicidade ou na sabedoria
Mas hoje, o melhor de tudo
Foi poetar a poesia.