MAQUIAGEM PETISTA
Filemon F. Martins
Entramos no segundo ano de governo petista. Novo ano, nova vida, novos sonhos e esperanças que se renovam no sentido de que o Partido dos Trabalhadores reflita sobre a nefasta administração que fez no ano de 2003 para os trabalhadores brasileiros.
Esperamos que em 2004 o governo esteja voltado para o povo, para os trabalhadores, verdadeiros responsáveis pela ascensão do PT ao poder e para quem a cúpula petista deu as costas. O primeiro ano de Lula representou, para a maioria dos trabalhadores, decepção, desemprego, perca de emprego, queda de renda, subtração de direitos dos trabalhadores através da Reforma da Previdência, o que não só impossibilitou o crescimento da economia, como agravou ainda mais a situação de penúria em que muitos brasileiros se encontram.
Enquanto isso, contrariando sua pregação, o governo fez turismo pelo mundo, com viagens infrutíferas e inexplicáveis, gastando o dinheiro que é negado para as áreas mais carentes da sociedade brasileira. É inaceitável que o trabalhador brasileiro tenha que pagar um preço altíssimo, justamente ele, que votou no então candidato Luiz Inácio Lula da Silva para presidir a República, na expectativa de ver um Brasil justo, digno e livre da corrupção que assola o País.
Não se compreende, portanto, que o presidente tenha acolhido e mantenha em seu governo ministros e membros de conselhos, maiores devedores do INSS, sonegadores e espertalhões que administram em causa própria, como a imprensa tem noticiado todos os dias. É motivo de indignação também o fato de o presidente alegar não ter recursos para as causas sociais e, ao mesmo tempo, emprestar dinheiro no exterior. É paradoxal, inconcebível e fere a dignidade do cidadão brasileiro.
Tem sido cada vez mais comum o governo lançar mão desse expediente, alardeando a liberação de “bilhões” para isso ou para aquilo e com o passar do tempo, o recurso é encolhido e quase sempre nem sai do papel, ficando apenas a impressão de que o problema foi solucionado. Não é a primeira vez que esse procedimento acontece. O governo está reproduzindo o que já vimos na gestão de Fernando Collor de Mello.
Os eleitores têm sido, até agora, pacientes e tolerantes para com o presidente, que alegou ter recebido uma “herança maldita” do governo anterior, embora tenha adotado, inexplicavelmente, a mesma política de arrocho de FHC, e por essa razão seu governo já mereceu muitos puxões de orelhas. Por que tanto gasto com viagens internacionais ? É uma disputa para superar FHC ? Pelo que sabemos nenhum brasileiro (que votou em Lula) está interessado num terceiro mandato de FHC, já em andamento para banqueiros e empresários.
Espera-se que Luiz Inácio Lula da Silva exerça, de fato, a Presidência da República e faça uma reflexão sobre o que pretende em 2004: se o trabalhador não tiver emprego e boa renda, não haverá crescimento. Sem dinheiro, ninguém compra o indispensável, nem mesmo um eletrodoméstico e se, ninguém compra, a indústria não fabrica e se não fabrica também não emprega e, assim, não haverá “espetáculo de crescimento”, conforme prometeu o presidente. Apenas a maquiagem petista.
Tomara que em 2004 o presidente e seus ministros ponham a mão na consciência e governem para o povo, que, de otimista no início do governo, passou a pessimista e já perdeu as esperanças.
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