Reciprocidade Adquirida

(por Domingos Oliveira Medeiros)



O governo americano, dando curso à paranóia que se instalou no país, por conta de supostas ameaças de terrorismo internacional, que estariam sendo direcionadas, principalmente, para os Estados Unidos, resolveu tornar obrigatória a identificação de pessoas que chegam à terra do Tio Sam.



Ato considerado humilhante, que afronta os direitos humanos e depõe contra a dignidade humana, no dizer do juiz Julier Sebastião da Silva, da Vara Federal de Mato Grosso, que, justamente por isso, e com o argumento da reciprocidade de tratamento, determinou que se adotassem as mesmas exigências em relação aos americanos que aqui chegam. Nada mais justo. Olho por olho, dedo por dedo.



Até porque os EUA exageraram na dose, por ocasião da visita diplomática do ministro Celso Láfer, quando lá esteve para tratar de assuntos de interesse recíprocos, sendo obrigado a ficar descalços; justo o brasileiro e diplomata bastante conhecido e respeitado no cenário internacional, razão pela qual não deveria ser objeto de tamanha discriminação.



Que o Brasil vá mais longe. Seja mais rigoroso. Fotografar e sujar os dedos do pessoal. Inclusive os da equipe do FMI quando aqui desembarcarem. Nunca se sabe com quem estamos lidando. Há terroristas de todos os tipos. Alguns chegam ao cúmulo de infiltrar-se em organizações como o FMI, propondo acordos e medidas de contenção de despesas, como condicionantes para liberação de recursos, a título de “ajuda” econômico-financeira, que acabam, sempre, explodindo as bases de sustentação econômica e política do país, inibindo investimentos em áreas sociais, aumentando o desemprego, os juros, a fome, a miséria e causando, inclusive, mortes de velhos e crianças por inanição ou por falta de atendimento assistencial e medico. Temos que ter muito cuidado.



Brasília, 02 de janeiro de 20204