Recordações 5 *
Estimado Heitor:
Deixei para responder hoje para ter em mãos o comprovante do despacho dos livros e fazer o rastreamento.
Com o número do registro, informo: em 30/03/12, postei, como carta registrada (os livros
"Bem-querer" e "Fibra". Os trâmites:
a) 30/03/2012, 15:35h, AC Central de Brasília, postado;
b) 02/04/2012, 10:20h, CDD Copacabana, Rio de Janeiro, saiu para entrega;
c) 02/04/2012, 13:24h, entrega efetuada.
Por tudo, amigo, essa empresa é exemplo de eficácia. Às vezes (e são muitas vezes), encaminho correspondências e encomendas para o interior de São Paulo e do Rio de Janeiro. Tenho a grata satisfação de comprovar que todas chegam antes do prazo prometido.
Com certeza, também fiquei emocionado. A vida é assim. Mais de 40 anos, e parece-me que as coisas estão presentes (pelo menos na imaginação!). Como passou o tempo... (fico feliz e orgulhoso quando me lembro de que vi Brasília nascer e, em parte, ajudei a construí-la). Comovido, noto que resido no Planalto Central há mais de meio século.
Na última mensagem, não mencionei. Agora, relembro aqui, vagamente, certo fato. Não com frequência. Às vezes, ia almoçar comigo, em casa. Naquela época eu trabalhava até as 18:45h (esse era o horário). Lecionava todas as noites (e aos sábados também) em duas faculdades (hoje, as duas maiores de Brasília: Católica e UPIS). Lia os jornais só depois da meia-noite (isto é: das notícias do dia, eu tomava conhecimento só nos primeiros minutos do dia seguinte). Os periódicos ficavam impecáveis em cima da mesa do escritório. Ver TV? Nem pensar! Escutar rádio? idem. Você, para inteirar-se dos acontecimentos (o que é muito natural), lia os vários cadernos e não tinha tempo de os recolocar no compartimento devido. Eu ficava zangado, mas (lógico!) nada dizia.
Todas as manhãs, quando acordo (levanto-me às 5h invariavelmente), antes de escovar os dentes e assim que piso o chão, digo: obrigado, meu Deus, por mais um dia de saúde e paz com todos os meus!
Nem sempre consigo ser generoso como pretendo e como deveria, mas, indubitavelmente, tenho intenção de não fazer mal a ninguém e de promover a concórdia, haja vista os títulos dos meus livros.
Você, sim, Heitor, criatura de ouro. Na atualidade, rara. Com tão pouca idade, submeteu-se à seleção dificílima (só os muito bons foram aprovados) e veio para Brasília tentar a vida. Estudou, esforçou-se, sofreu e conseguiu vencer.
Longe dos papais, dos entes queridos, do agradável e bonito Rio de Janeiro – enquanto muitos preferem a ociosidade – você, garoto franzino, pouco se preocupava com a aparência (alguns colegas chamavam-no, carinhosamente, “Rascunho”), transpôs todos os obstáculos, mostrou que a força de vontade é imperiosa para se obter o pretendido, e venceu!
Independentemente de quaisquer coisas, eu comentava na minha residência: esse menino ainda será funcionário de valor reconhecido. Minha profecia concretizou-se, e sinto que Deus me ouvia quando eu falava isso.
Parabéns! Continue no caminho do bem, que só ele, apenas ele é a luz!
Recomendações a todos. Fique com Deus!
Com a estima e o abraço do
Bené
* Brasília, DF, 03/04/2012.
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