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cronicas-->DE REPENTE, POESIA -- 24/07/2001 - 15:21 (Luiz Carlos Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estávamos nós, outro dia, montando o Projeto Poesia no Shopping, quando apareceu, de mansinho, uma moça que olhou os poemas, leu quase todos, procurou alguma coisa na bolsa e rodeou a gente como quem está muitíssimo interessada no trabalho que estávamos realizando. Querendo dizer alguma coisa - sobre poesia, com certeza.

Pensamos que fosse uma nova poeta (poetisa, eu sei!), uma daquelas pessoas que escreve mas ainda não mostrou seu trabalho e quer mostrá-lo a alguém. É comum isso acontecer com pessoas do nosso grupo. Mas não era isso. Perguntou se gostávamos de poesia, o que achávamos de alguém chegar, de repente, onde quer que nos encontrássemos, e dizer-nos, a queima-roupa, um poema. Dissemos-lhe que seria muito interessante, porque não estaríamos indo de encontro à poesia, ao contrário, a poesia estaria vindo ao nosso encontro. E ela, então, abriu um sorriso e nos leu um poema de Cecília Meirelles. Que falava de mãos cansadas, rosto magro, mudança: "Retrato" - ".. em que espelho ficou perdida a minha face?"

Perguntou-me qual a sensação de ter ouvido um poema, assim, sem esperar. Na verdade, eu esperava. Disse-lhe que a sensação fora ótima. E fora, mesmo. Disse-lhe que era muito bom ver que alguém se presta a sair por aí, pelo mundo a mostrar poesia, a dizer poesia para as pessoas, tornando a vida das pessoas mais suave, levando-lhe sensibilidade e emoção.

Helena sorriu e eu quis até que tivesse ficado feliz. Disse-me que fazia uma pesquisa para saber das pessoas comuns, do público em geral, aquele que não está acostumado a ler poesia, que na verdade nem a conhece, o que sentem ao esbarrar com ela, ao passar a conhecê-la. E eu fiquei feliz, também, por ver que existe alguém preocupado em levar poesia para as pessoas, tornar a poesia conhecida e apreciada. Pedi a ela que enviasse o resultado da sua pesquisa, para publicar nos espaços de que podemos dispor. E lhe ofereci poesia, como ela tão gentilmente o fizera. Quem sabe ela não aborda você, leitor, qualquer dia destes, e lhe diz um poema meu? Se isso acontecer, aceite a poesia de Helena, qualquer que seja o autor. E sorria, que é o mínimo que a gente pode retribuir.

Helena, a moça de branco, dos lábios cheios de poesia, foi embora, deixando um rastro de ternura. E eu até esqueci de perguntar se ela também escrevia, a propósito do que pensei no início, de que ela talvez fosse uma nova poeta procurando espaço para o próprio poema. Acho até que ela escreve, mas não procura espaço para o seu poema e sim para a poesia.

Deus te abençoe, Helena. A poesia te agradece.E nós também.



E-mail do autor: lzamorim@terra.com.br
Http://planeta.terra.com.br/arte/prosapoesiaecia

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