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Artigos-->Um Feliz Ano Velho, meu Velho! -- 31/12/2003 - 16:16 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Meu Caro Ano Velho

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



Prezado Ano Velho. Sei como você deve estar se sentindo nesta hora em que pipocam os fogos de artifícios, homenageando o Ano Novo que se avizinha. O Ano Novo! A bola da vez! Só se fala nele. Todos jogam nele suas cartas e suas últimas esperanças. Como se fossem as últimas esperanças. Todo ano a história se repete. A apologia ao mais novo. Ao mais recente. Ao que traz a esperança. E não se agradece o Ano Velho. Tratam-no como um traste. Que só nos deixou tristezas e arrependimentos.



Em todos os lugares as festas estão sendo aguardadas com ansiedade. Muitas expectativas em relação, principalmente, aos bailes de Carnaval comemorativos do Ano Novo; com direito a músicas alegres e dançantes, muitos beijos e abraços e alegrias de todos os tipos, no meio dos salões. Todos o reverenciam. Feliz Ano Novo! Este será o desejo de todos para todos, por volta de zero hora. Sem esquecer do “muito dinheiro no bolso” ; e “saúde pra dar e vender”, o que vem a dar no mesmo: dinheiro, no caso de vendas.



Não se dão conta, sequer, do horário de verão. Dos fusos horários. Dos vários relógios em que a hora zero será diferente. Com uma, duas e até três horas de diferença. E isto para ficarmos apenas no nosso Brasil. Imaginem no resto do mundo.



Mas é isso mesmo! A vida é desse jeito! Também acontece comigo e com muita gente. O paradoxo do tempo. À medida que vamos envelhecendo, que temos mais experiências acumuladas, e certezas das coisas para repassar aos outros, somos como que material descartável. Lixo que não se presta nem para reciclagem. Lixo que é juntado nos asilos da vida para não dar trabalho e nem atrapalhar os mais jovens. Que um dia tanto precisaram de nós!



Mas você, meu querido Ano Velho, não será esquecido. Nem os outros Anos Velhos que já se foram. Tenho certeza de que muita gente, nesta hora, está lembrando de todos vocês; e agradecendo a Deus por ter tido o privilégio de ter convivido todos esses anos juntos. Desde o tempo em que éramos queridos e desejados Anos Novos. A despeito das horas difíceis porque passamos. O que valeu foram as emoções sentidas. Os amores, as conquistas, as amizades, as nossas boas ações e o fato de estarmos vivos.



Quantas boas lembranças trago daqueles bons momentos! O dia em que aprendi a ler e os dias de nascimento de meus filhos e de minhas netas, por exemplo. A minha formatura. O meu primeiro emprego. As inúmeras vezes que plantei e vi nascer imensas árvores – de sombras e de frutos – que me deram a oportunidade de provar os sabores da natureza.



Quantas cores contemplei por este mundo afora; cores de diversas cores e tonalidades; misturadas e espalhadas pelos jardins desse mundo.



Quantas cachoeiras pude ouvir e sentir sua força e sua beleza escorrendo em águas cristalinas que afastavam meus cabelos como que querendo furar a minha cabeça.



E quanta coisa ruim passamos juntos! Gripes, resfriados, dores de cabeça, dúvidas, topadas, chuva e poeira. Cheguei a botar sangue pelo nariz. Coisas que costumávamos chamar de mal menor. Quanto aos maiores, também superamos todas as cirurgias impostas pelo tempo. Com a ajuda de Deus, claro!



Só não foi melhor porque não conseguimos acabar com a fome no mundo. E nem com as guerras insanas. E muito menos com as injustiças sociais. Com a violência de todas as modalidades olímpicas.



Mas isso, meu velho amigo, para quem não sabe, faz parte da vida. E não é somente coisa de Ano Velho. Até porque, todo Ano Novo, um dia, será como nós, Velhos e desacreditados. Feliz Ano Velho!





Brasília, 31 de dezembro de 2003

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