Espelho prostituído
Que namoras sem escolha
O que o teu mirar veja
Volúvel jardim caótico
Das silvas e das rosas
E dos cardos roxos
E das rubras cerejas.
Ínvios perfumes deixas,
Alimentas-te de seivas
Buscas pétalas e folhas
As coisas à flor das coisas.
Luzes imitas perfeitas,
Portanto na luz calculas
Teu brilhar feito mentiras
De negras costas escondidas
De mercúrio, venenosas.
Acomodas-te às formas
E aos olhos incautos mostras
Errado, o inverso das coisas
Ai do que caia teus encantos
Que o seduzes encantas
E logo, rindo, desandas!
|