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Cartas-->Carta aberta a Carlos Alonso Lucio -- 27/01/2012 - 11:38 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Escrito por Luis Alfonso Plazas Vega | 25 Janeiro 2012
Internacional - América Latina

Há uma parte de sua expressão que não posso compartilhar, na qual o senhor sugere que eu também devo ser perdoado. Perdoado de quê, Dr. Lucio, se eu não cometi nenhum delito? Eu não estou pedindo perdão nem vou aceitá-lo. Eu estou pedindo justiça, o que é diferente.


Bogotá, 22 de janeiro de 2012

Doutor Carlos Alonso Lucio,

Tomei conhecimento pelos meios de comunicação das palavras pronunciadas pelo Sr. na Igreja Cristã Casa sobre a Rocha em 11 de dezembro de 2011, como parte de uma sermão no qual o Sr. faz uma retrospectiva de sua trajetória à margem da lei, pede perdão e manifesta seu desejo de se reconciliar com a sociedade colombiana. Celebro essa sua atitude.

Nesse sermão, que ouviram mais de quinhentos fiéis e foi amplamente divulgado pela mesma Igreja Cristã onde se efetuou a prédica, o Sr. reconheceu a autoria intelectual e material do assalto ao Palácio da Justiça por parte do chamado “Movimento 19 de Abril, M-19”, ao qual o Sr. pertence desde seu início. Manifestou também nessa alocução sua indignação pelo fato de que o subscritor coronel Luis Alfonso Plazas Vega se encontre preso, quando os membros do M-19 que cometeram os delitos ali foram perdoados. Muito valente de sua parte aceitar uma realidade que, embora todos os colombianos conheçam, poucos se atrevem a expressar, por temor aos membros desse movimento que hoje paradoxalmente e como uma flagrante demonstração do desordenamento jurídico da nação, estão nos cargos públicos mais importantes do país, enquanto os defensores do sistema democrático estamos privados da liberdade. Muito valente, Dr. Lucio!

Porém, há uma parte de sua expressão que não posso compartilhar, na qual o Sr. sugere que eu também devo ser perdoado. Perdoado de quê, Dr. Lucio, se eu não cometi nenhum delito? Eu não estou pedindo perdão nem vou aceitá-lo. Eu estou pedindo justiça, o que é diferente. Em meu caso só cabe a absolvição, como no dos outros oficiais igualmente inocentes. Já vieram me visitar dos parlamentares, um em 2008 e outro em 2011, para me sugerir a aceitação de uma anistia e um indulto e manifestei-lhes que estão totalmente equivocados. Não se podem aplicar essas figuras jurídicas a uma pessoa inocente. Muito boas suas intenções, mas não posso compartilhá-las.

Durante seu sermão, Dr. Carlos Alonso Lucio, o sr. esteve todo o tempo acompanhado de sua esposa, a Promotora Geral da Nação, Viviane Morales, que não é nada alheia a seus pontos de vista. Ou será que suas frases eram dirigidas mais a ela do que a mim? Em honra da justiça, o que se deve fazer é abrir uma investigação formal à autora da montagem com a qual se me privou da liberdade desde há quatro anos e meio, a advogada Ángela María Buitrago. Há mais de seis meses a Procuradoria Geral da Nação pediu a reabertura de tal investigação, entretanto, inexplicavelmente não passam de preliminares.

Se estão tão afetados pela injustiça que se cometeu contra mim, por que não se abre uma investigação por parte da Promotoria Geral da Nação contra a autora de tamanha injustiça? Apenas a abertura dessa investigação acaba com o processo que a senhora Buitrago inventou contra mim.

Que um cidadão normal me dê um tapinha nas costas ou faça uma oração pedindo que se me faça justiça, porque não pode fazer nada diferente por meu injusto caso, me parece gratificante. Porém, frente às suas expressões, feitas com a aquiescência de sua esposa, Dr. Lucio, eu preferiria as obras às palavras.

Não se trata de conseguir aplausos mediante uma frase em uma sociedade que me rodeou com seu afeto, apesar da campanha midiática e jurídica contra mim. A verdade é tão obstinada, que quando o sistema judiciário pretendeu desprestigiar este soldado colombiano, terminou o sistema judiciário desprestigiado. Trata-se de fazer uma verdadeira justiça, especialmente quando ela está ao alcance da mão.


Atenciosamente,

Cel. Luis Alfonso Plazas Vega

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