Um dos novos produtos literários que tem surgido aos borbotões na rede é o e-zine. Para quem não sabe, um e-zine é um fanzine eletrónico, geralmente tão chato e sem conteúdo quanto o seu par de papel.
O e-zine tem algumas diferenças do fanzine. Foi-se o tempo do xerox e da cola e, hoje, graças a Bill Gates, o revolucionário mor que provou que a culpa é do sistema , podemos com alguma paciência e um computador comprado em doze vezes, montar um belíssimo E-ZINE.
Conceitualmente, fanzine é uma publicação de imprensa alternativa, geralmente dedicada a assuntos musicais e outras manifestações culturais, feitas por fãs. Achou ruim? Pois bem, na prática é muito pior.
De toda sorte, a internet prova que o ser humano é perseverante. O fanzineiro maluquinho é antes de tudo uma criatura insistente, já que vemos hoje o `boom´ da literatura insossa. De acordo com alguns depoimentos, o fanzineiro não costuma desanimar ante à s adversidades:
"Me disseram que manter um site cultural é difícil. Puta mentira! Sei que muitos imbecis conseguiram ter um fanzine. Até mesmo o Tijolão", argumenta um fanzineiro que não quis se identificar.
Então porque, você, que até no exame de fezes passou, não conseguiria ter um também? É tudo uma questão de se concentrar e ir fundo. Só não vale puxar a descarga.
Pesquisas apontam que o primeiro passo seguido pelo fanzineiro maluquinho é ter um site. O projeto gráfico deve ser medonho. O recurso do "hipertexto" e do "fluxograma caótico" deve ser mais desconexo e caótico que a sua cabeça depois de 6 litros de fanta uva quente. Se alguém reclamar que a navegação não flui, argumente:
- Fanzine é prá macho mesmo, se você quer ler algo com linearidade e conteúdo vá ler jornal, seu facista!
Essa postura é imprescindível, já que todo fanzineiro deve agir como um ser irracional que pensa.
O segundo passo é elaborar textos sem conteúdo definido. Se você não quiser dizer nada, pode recorrer à literatura pop. Em casos mais radicais, você pode escancarar de vez e não dizer nada MESMO. Para isso alguns fanzineiros maluquinhos inventaram a egotrip, pois assim, além de não dizerem nada, ainda tiram os recalques adquiridos contra o mundo. E com alguma sorte podem concorrer a prêmios de literatura e ganhar um pacote de canetas coloridas.
Porém o auge da produção do fanzineiro maluquinho ocorre quando ele passa a usar o "fluxo de consciência" na hora de escrever. Conta-se que nessas horas, os autores fazem uso de doses cavalares de drogas pesadas, inclusive bebendo maconha e ouvindo músicas que vão tocar nas FM´s no prazo de um ano. Nessa hora de inspiração sublime, em que todo o espírito do fanzineiro maluquinho se eleva, ele deve deixar correr tudo o que sente para a tela do computador. Emoções, sentimentos, impressões de mundo e melecas generalizadas devem sair de uma só vez e só parar quando a tela do computador estiver toda melada e gosmenta. Cuide para não queimar o computador e os cabelos do fiofó. Para quem sobreviveu à essa epopéia, a unanimidade: "A literatura é boa, mas o fanzine é muito melhor". Ufa.