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Cartas-->Como diria o Renato Russo: que Pais é esse? -- 14/02/2002 - 16:21 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Este país não tem jeito. Há anos que isso acontece. Assim que chega janeiro, a turma desaparece. Logo durante o Natal, já que ninguém é de ferro. E o trabalho incessante, levado à sério acredito, aos berros e muito grito. Depois do Natal, quem merece, o merecido descanso. À sombra de um coqueiro ou junto do rio manso, é tempo de mais um recesso. Que dura enquanto na rua, o Carnaval acontece. E quando termina a folia, bem depois da quarta-feira, que ele lembra da volta, é que vê que fez a besteira. Pois tem a volta ao trabalho, que dura a vida a inteira. E aí se dá o regresso, lá pro final da semana, do deputado ao Congresso, de sua terra natal, bem perto da sexta-feira, prá esquecer do Carnaval.

Enquanto a turma não chega, o presidente do Senado, prá adiantar o serviço, passa em revista o soldado. Da Guarda de Honra, o coitado! Na rampa já perfilado, marcando a volta ao trabalho, de quem na certa não chega. Só chega sempre atrasado. Não encontrou avião, é a desculpa falada prá sua volta adiada.

Mas não é assim sem razão, que age o deputado. Ele sabe de ante-mão, pela experiência que tem, que só na semana que vem o Congresso estará lotado. E como sobrou afazeres, ainda do ano passado, é bom descansar bastante, há muito que ser votado.

E o primeiro desafio, as Medidas Provisórias, que agora são permanentes, não ficam mais como antes, sendo jogadas prá frente. Tem prazo e hora marcada. Depois de um mês e meio, bate a aflição e o receio, que a pauta fique parada, e todo o trânsito embolado, por causa do serviço alheio, que veio da presidência. E não adianta insistência, nada será votado.

O clima é de desconfiança. Não há quem diga o contrário. Nada será aprovado. Nem mesmo aquele pacote. O ano todo falado. Aquele da segurança. E o Imposto Provisório, ao contrário da Medida, não ficará permanente, como espera o presidente. E assim a arrecadação piora. E a despesa logo aumenta. E o povo é quem agüenta. E o povo é quem chora. Pela fome do Leão. Pois é justo nesta hora, que o Ministro encolhe a mão, a mando do presidente, que só vai soltar dinheiro, bem longe mais lá prá frente. Bem perto da eleição.

Difícil esse regresso. O tempo é curto e a pauta extensa. Tem assunto prá todo gosto. Concordata e Previdência. Prorrogação de Imposto e Sistema Financeiro. E tem muita paciência, com o capital estrangeiro.

Mas que fazer agora? Antes o Congresso reclamava, que tanta Medida Provisória, o seu trabalho trancava, pois não existia prazo e nunca ninguém votava. Hoje que restringiram, o uso daquelas medidas, o Congresso fica parado e agora com paut, mas com a pauta trancadada. Por falta de tempo, imaginem, com tanto serviço guardado. E as eleições aparecem, prá atrapalhar mais ainda. E essa celeuma, por certo, nunca, jamais, que termina. Ano que vem tem mais.

E por isso nossa fama no mundo não tem igual. O brasileiro só vive de bola e de carnaval. Ainda que o futebol, esteja ruim das pernas, e o próprio carnaval, do povo distanciado. E aí eu pergunto também, Estou certo ou estou errado?


Domingos Oliveira Medeiros
14 de fevereiro de 2002




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