E começou mais um Festival Nacional da Dança em Joinville, Santa Catarina. Neste mês de julho e em todos os últimos 19 anos, a cidade catarinense é a capital brasileira da dança, reunindo milhares de dançarinos de todo o país e até do exterior e trazendo espectadores dos mais longínquos rincões.
O evento, que começou em 1983, no palco do teatro da Sociedade Harmonia Lira, cresceu e mudou-se para o Ginásio de Esportes Ivan Rodrigues, onde ficou por mais de dez anos. Mas continuou crescendo e o ginásio ficou pequeno. Os bailarinos já ultrapassavam a casa dos quatro mil, o público ultrapassava a casa dos cinquenta mil. Era premente a necessidade de um lugar apropriado, mais amplo, que acomodasse melhor o grande público e os dançarinos.Começou, então, a construção do Teatro Municipal, nos anos 80, que infelizmente não saiu do começo e ficou parada até ser retomada nos anos 90.
E foi inaugurado o Centreventos Cau Hansen, finalmente a nova e monumental sede do Festival de Dança de Joinville, que passou a ser o Festival Nacional de Dança, o maior concurso do gênero da América Latina.
Mas não pense, quem ainda não veio ver de perto, que o Festival de Dança acontece apenas no palco do Centreventos, resumindo-se à performance dos dançarinos para competição nas várias modalidades. O festival se espalha por toda a Cidade das Flores, das Bicicletas e da Dança. A cidade inteira vive e respira dança. Há palcos nos shopping centers, nas fábricas, nas praças, em vários pontos da capital catarinense e brasileira da dança. Os dançarinos se misturam ao colorido da cidade, como se os pés e os braços fossem asas ao sabor da música que paira no ar... E isso tudo transforma Joinville num grande palco.
Não é preciso, necessariamente, pagar o ingresso para ver o espetáculo competitivo, em se querendo assistir a performance de bons grupos de dançarinos. Pode-se ver o espetáculo acontecendo por toda a cidade, até os próprios números concorrentes do concurso, em dias subsequentes aos da sua apresentação para o júri e para o público do Centreventos. Os grupos que vieram para concorrer também se apresentam nos palcos alternativos, além daqueles que vêm para se apresentarem exclusivamente nestes espaços, sem participarem das noites de competição oficial. E eles vêm de longe, muito longe, para encantar nossos olhos. Por quase duas semanas, Joinville é toda dança, em todos os cantos, a toda hora. Isto é o Festival de Dança: é a Cidade das Flores, na ponta dos pés, com magia e enlevo a aquecer o coração da sua população, que quase dobra em julhos frios destes últimos dezenove anos.
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