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Poesias-->A renovação -- 11/01/2002 - 11:10 (Ademir Garcia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A RENOVAÇÃO



( Capítulo I )



O Adeus



Já não mais os dedos seguram anéis,

nodosos e trêmulos se escancaram,

mas da delgada elegância,

nem os gestos se perderam.



Na monumental arena repousam,

generais de guerra em falsas manobras,

disfarçando-se em lembranças,

com espadachins agitando parceiros.



Grandes alas ao norte estão aos lençóis,

camareiras se revezam na lentidão das tarefas,

talvez aguardem os soberanos,

a vinda de hóspedes eventuais.



Ao sul as torres de vigia espetam as nuvens,

aríetes e lanças fixas em prumo duvidoso,

estão hoje a paisana os arqueiros,

que os empunhavam em passado distante.



Dos jardins o coxo cuida com peculiar esmero,

cedro e grama aparados dão fundo aos canteiros,

lindamente ornados com lírios e orquídeas,

e crisântemos em vasos colossais.



Na estrebaria relincham corcéis de fino trato,

pisoteiam forte na espera de seletas de caça,

quando o ladrar dos cães acudirem,

fingindo amedrontar raposas pelos campos.



Com a chegada dos ventos de agosto,

a temperatura glacial se aninha nos corredores,

emprestando à graça da decoração,

a impertinência das geladas masmorras.



Aposentos de hospedes que se acendiam,

ora com muita escassez recebem visitas,

famílias sem um título qualquer,

passaram a ser seus atuais ocupantes.



A enfermidade ronda agora a grande muralha,

doença implacável recolheu a rainha e seu rei,

desenganam-se médicos de talento

e até os bruxos acobertados da lei.



Chamados com urgência príncipe e princesa,

internos da maior estirpe de importante escola,

como melhor convém para a nobreza,

educar seus futuros governantes.



A chegada dos jovens herdeiros em boa hora,

trouxe alívio aos reinantes que sucumbiram,

deixando saudade para sempre,

no seio dos súditos da realeza.



Perfilam-se os saudosos no saguão principal,

de toda distância em seus esmerados trajes,

que diante da guarda depõem,

o derradeiro adeus ao cortejo real.







(Capítulo I I )

A Nova Ordem



Chamados foram aquartelados e súditos,

para no pátio diante do púlpito central,

ouvirem os novos mandos,

em palavras dos regentes empossados.



São ordens para que se mantenham no lugar,

mas exigem doravante labuta maior,

pois o luxo antes mantido no reino,

fez dispêndios que carecem reparar.



Grandes fazendas são novamente plantadas,

trigais pincelam de amarelo as divisas,

no horizonte as vinhas multicor,

de novo o cantarolar das pisadeiras.



Durante a madrugada os rebanhos se distanciam,

no entardecer retornam trazendo novas crias,

aumentando em muito as variedades,

que se dispersam pastagens afora.



Coloridos panos surgem das mãos femininas,

da argila das minas os homens fazem vasilhas,

aos jovens o canteiro de obras,

onde se constrói um novo casario.



Sabe generoso príncipe ordenar com presteza,

a herdeira e bela irmã também assume tarefas,

toda sorte assim vai reinando,

com esta maravilhosa sintonia.



Os salões reabertos aos grandes concertos,

damas e donzelas nos domínios de sua alteza,

desejando a proximidade do príncipe,

em sua natural e educada beleza.



Os matinais dos domingos alegres e ruidosos,

quando nobres cavaleiros disputam a caça à raposa,

propósito também de exibição e galanteios,

dos que querem cortejar a meiga princesa.



Vem com a primavera grandes festivas de colheita,

a troca de farturas entre os reinos acontece,

quando os mercadores também fazem,

o serviço de cordiais mensageiros.



Eis que chega mensagem seleta em grande tropel,

cavaleiro bem escolhido de um reinado vizinho,

traz escrito que num destes festejos,

seu amo pela princesa se enamorou.



Não tarda uma comitiva pronta para pernoite,

é determinado retorno com descansada tropa,

responde que aceita a princesa o enlace,

e que por ele faz gosto o nobre irmão.



Presente toda a casta dos reinos amigos,

dos convites não se evidenciou nenhuma ausência,

e assim doravante dois povos teriam,

um o seu rei e o outro a sua rainha.





( Capítulo I I I )



RUMO CONTEMPORÂNEO



A rainha observa o tempo de economias mutantes,

no globo surgem marcas das feridas sociais,

e sobre o novo rei vem recair,

responsabilidades deveras colossais.



Também não se omite o príncipe diante dos súditos,

e formam então verdadeiro tripé governante,

assim protegendo seus povos,

contra os rigores das crises atuais.



Trocam experiências com todos os continentes,

barganham a produção excedente dos campos

por tecnologia avançada e moderna,

e produtos de que estão mais carentes.



Novos expoentes substituem velhas equipes,

procurando manter os antigos alicerces,

onde as raízes são revigoradas,

para suportar estes tempos mais difíceis.



E novas dificuldades não deixam de surgir,

exercitando a inteligência dos recém-empossados,

não raro com o desencanto,

das demissões que se justificam.



São países unificados na parceria dos reinos,

unindo também problemas e soluções eficazes,

refazendo sempre os caminhos,

que orgulhosos seguem seus povos.



Mas apesar dos esforços acumulam-se fracassos,

lideranças modernas já buscam outros rumos,

apregoando que as economias atuais,

exigem a estratégia de grandes mudanças.



Novamente no pátio e diante do palanque central,

são chamados a ouvir sobre as decisões tomadas,

pois devem atualizar o sistema,

que em breve precisará ser votado.



Líderes referendados no segredo das urnas,

iniciam acaloradas disputas por um governo,

reformulado e que mantenha porém,

a soberania aos atuais reinantes.



Votada e decidida a implementação das leis,

que por arbítrio de colegiado de classes sociais,

possam vigir sob a tutela plena,

do mesmo tripé que detem a coroa.



Povos diferentes dirigindo a emergente nação,

o revezamento nas tarefas racionalizando custos,

e a evolução contemporânea é recebida,

com a mais costumeira euforia.



Clama o mundo atual por transformações totais,

porém o sonho milenar de igualdade entre os homens,

adentrará o terceiro milênio,

infelizmente, como inatingível utopia.



AdeGa/97

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