Não sou abelha para produzir mel, mas
Na flor dos teus lábios sei colher o néctar doce.
Minha alma é cigana, padeço da enfermidade das cigarras
Vivo a cantar para espantar meus desenganos.
Minhas noites são leves, a brisa serena, o sono profundo
Só acordo quando o sol assume sua majestade e reina impávido.
As pessoas não podem compartilhar da alegria que transborda do meu coração
E dizem que sou irresponsável e sonhador, como criança.
DO LIVRO: FRACTALS
ANTONIO VIRGILIO DE ANDRADE |