Não sou militar, mas um civil patriota ciente dos meus direitos de cidadão e crente na solidez de caráter dos militares da ativa e da reserva das três Forças Armadas que tanto orgulho nos tem dado ao longo de sua história brilhante e de muita bravura e honra.
Diante das ameaças morais e éticas que estão enfrentando por conta das forças espúrias e vis que tentam a todos custo sobrepujar a dignidade da Pátria representada nas suas FFAA, venho através desta minha carta pedir a V. Exa. que não dobre a espinha diante do novo Silvério dos Reis que chefia o Ministério da Defesa tão inapropriadamente.
Ao longo dos meus quase 64 anos de vida, jamais vi um general vestindo verde-oliva ser tão servil quanto o atual Comandante da Força Terrestre. Digo-lhe com muita mágoa e tristeza que ao ver sua figura quixotesca me dá ânsia de vômito. Sei que posso deixa-lo um tanto quanto ofendido, mas não me privo da honestidade e da sinceridade em minhas colocações diante de tais fatos.
Não me resta mais esperanças de ver uma revolta à altura das agressões gratuitas que vem sofrendo os filhos de Caxias por figuras desse e dos outros dois governos passados. O espírito dos Febianos parece que está morto. A bravura que existia em homens do quilate moral de Castelo Branco, Garrastazu Médici, Mourão Filho, Muricy, Rodrigo Otávio, e tantos outros homens de farda que não temiam o desafio parece sepultada.
Não vejo um só militar enfrentar para valer esses meliantes travestidos de justos que se arrogam o direito de questionar a resposta dada à sociedade pelas FFAA em março de 64 contra a baderna e a destruição do tecido social que explodia nas ruas e no campo do Brasil de então.
Não é hora de esmorecimento e nem de cumprir ordens ilegítimas de quem não tem passado lídimo para exigir qualquer sacrifício dos nossos militares, esses sim, autênticos cidadãos brasileiros forjados pelo patriotismo e pela ética, fundamentos basilares que faltam aos algozes que lhes afrontam a honra.
Por último, Senhor General, que os Clubes Militares dêem sua resposta cabível à mesquinha e traiçoeira intenção do impostor que espreita para dar o bote final na dignidade da Pátria.
A malfadada "Comissão da Verdade," não passa de um escárnio à memória e à inteligência de todos quantos viveram a época da transformação de um Brasil miúdo no País gigantesco em que se tornou depois do hercúleo esforço desprendido por todos quantos se sacrificaram para tanto.
Essa iniciativa tem o único propósito de manchar a memória dos que já se foram e denegrir a imagem dos remanescentes heróis da epopéica contra-revolução que salvou-nos da tirania vermelha.
Muita saúde e paz ao digno Presidente do Clube Militar.
