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Cronicas-->A ceia natalina de Padre Bidião -- 20/12/2018 - 14:54 (Padre Bidião) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A ceia natalina de Padre Bidião


Padre Bidião anualmente comemora junto aos paroquianos, a celebração do momento natalício do filho do Divino. Mas, esse ano diante de algumas decepções por conta das divergências que houve entre os nobres servidores da causa natalina justa, resolveu por conta própria, celebrar com os transeuntes sem lar, sem destino: o famoso popular "sem eira, nem beira", a festa natalina. Partindo do princípio de que consanguinidade não se escolhe, mas família é outra conversa, preparou uma ceia com frutas da época (exceto, laranja, por conta de uma gastrite crónica), pão, feijoada, farofa, bode e galinha capoeira. Cardápio bem sertanejo. Bebida, claro um vinho e água. Pegou e juntou tudo num carro de boi, e saiu a procurar os moradores sem lar e não demorou muito para encontrá-los. Eles já estavam à disposição quando perceberam a aproximação do pároco. Padre Bidião resolveu sentar-se ao asfalto deserto enquanto eles se aproximavam e a iluminação procedia das luzes dos postes e reflexos das luminárias das residências que comemoravam a ceia festiva em família.
Dentre eles, havia uma menina assustada por tantas brigas que havia presenciado em casa e que por esse motivo, resolveu "passear" um pouco para daquele caos familiar, se refugiar. Avistou o grupo com o padre a distribuir a ceia. Aproximou-se do padre e pediu para ajudá-lo em servir os pratos. Padre Bidião achou estranho o porquê daquela criança sozinha naquela ocasião em que deveria estar entre os familiares. Ela explicou toda a situação, enquanto o padre Bidião a ouvia atentamente, eis que veio a madrastra da menina aos berros e gritos para a criança. Padre Bidião por um instante, temia pela segurança física da menina e colocou-se na frente da madastra questionando a fúria em plena noite em que deveria haver mais amor entre as pessoas. A madastra culpava a criança por tudo que atrapalhava o bem estar familiar. Todos os que ali estavam presentes, ficaram revoltados com a mulher e desejaram proteger a criança daquela pessoa mal resolvida. Mas padre Bidião improvisou sua homilia natalina ali mesmo, fora da igreja, na rua junto com os pobres e com a criança de má sorte.
"Nascemos em algum tipo de ambiente, outros nem o direito a ele, tem. Simplesmente, nascemos desprovidos de todo os tipos de bens e quereres. Não percebemos, ao nascer se seremos acolhidos ou não pelo amor terreno. Tudo vai se desdobrando com o passar dos tempos. A nossa consciência vai tomando ciência ou não da realidade à volta, mas muitos de nós preferimos ocultar o que nos machuca. Conto-lhes uma coisa: nem sempre o amor está em todos os lares. Às vezes, é mais fácil encontrá-lo em bares. Por isso lhes digo, meus irmãos na filosofia Bidiónica que, é mais fácil encontrar sua família por entre a multidão. Assim já dizia o Messias politizado sem a mediocridade política humananimal. Esta Senhora que aqui está, precisa conhecer o amor verdadeiro. Aquele que liberta a todos de suas dores e frustrações e por isso, convido-a a fazer a ceia conosco."
A mulher ficou tão impactada com o sermão que sentiu-se desarmada e o coração obrigou-lhe a uma breve reflexão. Sentou ao chão e participou do evento ao ar livre sob a luz das estrelas, pois as da cidade, já não faziam parte da comemoração divina.
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