Aos Mestres e Amigos
(por Domingos Oliveira Medeiros)
O meu cordel
Eu mesmo faço
Não sou formado
Nem bacharel
Estou aprendendo
E vou fazendo
Como ensinou o Daniel
Só tenho o gosto
E a receita
Onde o meu verso
Escorre e se ajeita
Não tem o brilho
Nem o estribilho
Que se respeita
Sou aprendiz
De cordelista
E o mestre Egídio
Está na lista
Dos que admiro
E que prefiro
É essa a pista
Aprende-se logo
Com essa gente
De rima fácil
Inteligente
Que traz na veia
Não titubeia
A voz da mente
Chuvas de versos
Perfeita harmonia
Rimas que encantam
A melhor confraria
Mestres nas artes
São os baluartes
Da poesia
Ainda engatinho
Confesso sem medo
Escrevo correto
Não faço segredo
Mas sei o bastante
O quanto é maçante
O meu arremedo
Mas eu chego lá
Lutando estou
Rimar sem mistério
Do jeito que sou
Com graça e beleza
Agradeço a presteza
De quem me ensinou
Obrigado Daniel
Mestre Egídio e Manezinho
Ao Zé Ferro e ao Diógenes
E a tudo que é vizinho
Ao Rubênio e ao Lumonê
E um abraço prá você
Almir, Filó e mais tudinho
Aqui, queira ou não queira
A gente acaba aprendendo
E a coisa vira cachaça
E a gente vai só bebendo
Vez ou outra fica tonto
Vem a queda no confronto
E a turma vai mordendo
E a coisa vai crescendo
Parece estação de trem
Tem gente de todo canto
Tem gente que escreve bem
Tem gente desafinada
E gente mal educada
Que pro lugar não convém
E a gente pede apenas
Que trate bem a estação
Agora é esse o problema
Tem gente na contramão
Errou de lugar e cidade
E prá falar a verdade
Ainda quer dar sugestão
O ir e vir é sagrado
Mas tem que haver solução
Não pode ficar esperando
Que o outro chame atenção
Ou aprende a rima e faz
Ou deixa a cidade em paz
É isso aí meu irmão