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Artigos-->Reflexões de um histórico e traumático 14 de dezembro -- 14/12/2003 - 14:05 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Reflexões de um histórico e traumático 14 de dezembro

Athos Ronaldo Miralha da Cunha





Quando houve as prévias entre o senador Suplicy e Lula para indicar o candidato do PT à presidência da república eu apoiei o senador.

Naquela oportunidade avaliava que o partido deveria inovar com uma candidatura. Lula vinha de três derrotas consecutivas. E, no meu entendimento, Suplicy ampliaria o leque de apoios, principalmente, na classe média tão temerosa das barbas mal-aparadas do PT e do sindicalismo da CUT que foi o berço de Lula.



Como todos sabemos, Lula venceu com folga àquelas prévias, embora Suplicy tenha tido uma votação surpreendente, deixando alguns com a pulga atrás da orelha.

Sob o comando de Lula, o PT buscou apoio nos partidos tradicionais e venceu a eleição. Era a última chance de Lula. Foi sua derradeira, definitiva e vitoriosa cartada, para alegria e esperança de um povo tão sofrido.

E poucos meses de governo foram suficientes para expor publicamente as divergências, concepções de governo e estratégia do partido.



A senadora Heloisa Helena e os demais deputados serão expulsos do PT. E esse trauma deixará cicatrizes por muito tempo, feridas que o tempo dificilmente apagará dada a relevância da situação.

Em 1985 o PT já expulsou Beth Mendes, José Eudes e Airton Soares por terem votado em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, contrariando a orientação do partido.

Para não ser expulsa Luiza Erundina licenciou-se e posteriormente saiu do PT, quando aceitou o ministério da Administração de Itamar Franco.

Por essa ótica, quem seriam os expulsos hoje?



O senador Suplicy é um parlamentar admirável e, novamente, surpreendeu com sua capacidade de dialogar e propor saídas dignas às contradições. Para evitar o trauma da expulsão o senador propôs uma pena de suspensão temporária do partido. Olívio Dutra sugeriu uma suspensão de um ano. Penso que essa seja a melhor e a mais honrosa solução para ambos os lados.

O PT não perde esses valorosos companheiros e não deixa de punir pela falta de disciplina partidária nas votações. Mas isso é ilusão eles já estão expulsos.



O PT não será mais o mesmo depois desse episódio. As divergências serão mais exacerbadas e o contraditório mais explícito. Visto que uma parcela considerável da bancada de deputados está solidária com os parlamentares em julgamento. Raul Pont, candidato do PT a prefeito de Porto Alegre votará contra a expulsão.



Serão muitas as lições que tiraremos dessa traumática solução encontrada pela maioria do diretório.

O PT é assim, vale o voto da maioria. O PT amadurecerá por ser governo. E, certamente, algumas teses que, num passado nada distante, foram tão caras e vívidas serão sepultadas em definitivo pelo partido.

Quando terminar a reunião no hotel Blue Tree Park faltarão quatro estrelas nessa constelação e esse partido não será mais o mesmo. Faltará um pouco da garra feminina e um pouco do atávico sotaque do norte.

Haverá um divisor. O PT de antes e depois de 14 de dezembro de 2003.



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