Usina de Letras
Usina de Letras
107 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62159 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22530)

Discursos (3238)

Ensaios - (10345)

Erótico (13567)

Frases (50571)

Humor (20027)

Infantil (5422)

Infanto Juvenil (4752)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140790)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Há 15 anos o Brasil perdia Cazuza -- 13/12/2003 - 21:54 (Carlos Rogério Lima da Mota) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há 15 anos morria Cazuza, o gênio indomável da música brasileira. O Brasil perdia o que tinha de melhor e mais irreverente na área do rock, por este motivo, há aqueles que ainda não acreditam em sua morte, acham que está vivo em algum lugar, compondo letras irônicas, profundas, que desvendem a essência da história deste país.



Como uma estrela, Cazuza ainda brilha no imaginário popular, viaja nos sonhos de cada cidadão, torna realidade o simples desejo de viver. Viver?! Quem não se emocionou ao vê-lo lutar com coragem, contra a doença do século? Quem não chorou ao vê-lo subir ao palco, em 1989, para receber o prêmio de melhor compositor, carregado no colo e aplaudido por uma platéia em pé?



Mesmo diante da morte, não fraquejava; permanecia lutando, pois acreditava poder vencer a doença, voltar aos palcos, representar o grito dos excluídos. Em 1990, enfim, perdia a batalha. O Brasil, perplexo, caía aos seus pés...Reis, rainhas, príncipes, princesas e plebeus, numa só voz, entoavam seus versos em sinal de luto. De todos os cantos, o que se via era um povo cabisbaixo, com expressão cansada, amarrado pelo medo, pela dor da perda do ídolo que consagrara nos palcos.



O Rei das Letras



Cazuza costumava dizer que não conseguia se definir, era tudo e nada ao mesmo tempo; seu amor pela composição, pela vontade de construir uma sociedade mais justa, democrática, em que os anseios de todos fossem ouvidos, faziam-no ficar dias e dias à frente de um folha de caderno, com lápis em punho, imaginando um país diferente.



Aos poucos suas canções tomavam forma; incorporadas à alma do brasileiro, traduziam desejos, revolta, amor pela pátria. A mesma pátria que agora o reconhecia como um nobre filho. A mesma pátria que era tema e título de sua canção de maior sucesso.



Dotada de um escárnio descomunal, de uma criatividade que beirava às raias do absurdo, Brasil, de 1988 (veja abaixo a letra da música), tema de abertura da novela Vale Tudo, de Gilberto Braga, desenterrava os problemas sociais da época, chamando o povo à reflexão. Quem não se lembra de ouvir Gal Costa, intérprete da música, entoando cada palavra como se fosse uma agulhada na história de um país atordoado pelas mazelas políticas de uma Brasília ensandecida? Naquele momento, a sociedade voltava-se para suas causas, revia-se como nação recém democratizada, decidia tomar um caminho, corrigir a intolerância de séculos e ser feliz...



O inconstante Cazuza



"Às vezes, fico triste, mas não consigo me sentir infeliz. Acho que o tédio é o sentimento mais moderno que existe, que define o nosso tempo. Tento fugir disso, pois tenho uma certa tendência ao tédio. Mas, felizmente, eu sou animadérrimo! Sou muito animado pra sentir tédio. Sou animado à beça, qualquer coisa me anima. Se você me convida pra ir à Barra da Tijuca, eu já digo logo: Vaaaamos!!! Qualquer besteira me anima. Tudo que já passei na minha vida não conseguiu tirar essa animação. Eu me sinto sempre ganhando presentes. Se faço uma entrevista e leio depois no jornal, acho tudo o máximo, o texto, a foto… Estou sempre ganhando brinquedos. Minha vida é muito assim: sempre morrendo de rir, nunca com tédio. E quer saber de uma coisa? O que salva a gente é a futilidade"- disse Cazuza, dias antes da morte.



*BRASIL

Interpretação de Gal Costa

Tema da novela "Vale tudo", de Gilberto Braga , da Rede Globo de Televisão



Não me convidaram

Pra essa festa pobre

Que os homens armaram pra me convencer

A pagar sem ver

Toda essa droga

Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me ofereceram

Nem um cigarro

Fiquei na porta estacionando os carros

Não me elegeram

Chefe de nada

O meu cartão de crédito é uma navalha



Brasil

Mostra tua cara

Quero ver quem paga

Pra gente ficar assim



Brasil

Qual é o teu negócio?

O nome do teu sócio?

Confia em mim

Não me convidaram

Pra essa festa pobre

Que os homens armaram pra me convencer

A pagar sem ver

Toda essa droga

Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me sortearam

A garota do "Fantástico"

Não me subornaram

Será que é o meu fim

Ver TV a cores

Na taba de um índio

Programada pra só dizer sim, sim



Brasil

Mostra a tua cara

Quero ver quem paga

Pra gente ficar assim



Brasil

Qual é o teu negócio?

O nome do teu sócio?

Confia em mim

Grande pátria desimportante

Em nenhum instante

Eu vou te trair

(Não vou te trair)



* Converse com o autor desse texto através do e-mail: carlos.netkids@bol.com.br
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui