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Artigos-->A qualidade contestável da Tv Mundial -- 13/12/2003 - 21:23 (Carlos Rogério Lima da Mota) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O mundo parece estar avesso aos movimentos de 70 e 80, em que defendia a liberdade em vez do encarceramento; a criatividade ao invés da rotulação; a construção de conceitos ao invés da degradação de valores...



A genialidade, um dos pilares artísticos de movimentos modernos de outrora, cede lugar ao absurdo, transformando idéias torpes em momentos máximos da explosão criativa do ser humano...



O ápice da raiva deste autor submerge da programação da TV atual, derrotada por produções decadentes, em cuja existência se nota o lucro fácil!



Por incrível que pareça, no novo milênio não há espaço para programas que despertem a curiosidade, o espetacular anseio da juventude em dedicar-se às experiências científicas, como ocorria nos saudosos Vila Sésamo e o Mundo de Beckmann, este último, da Tv americana.



Hoje, a TV mundial só reserva espaço à degeneração do ser humano, seja em programas como Big Brother, Casa dos Artistas, Hipertensão... Todos buscam o inaceitável: a quebra da privacidade, a invasão do alheio, a valorização da falsa espontaneidade e a manobra psíquica dos concorrentes por meio da transação financeira.



Neste tipo de programa, nunca vence o melhor, aquele que tem algo a dizer ao mundo; vence o que melhor enganar, trapacear, fingir ser pobre... Vence o que melhor espelhar a hipocrisia de sua raiz biológica...



Infelizmente, a TV de hoje não educa, pelo contrário, corrompe, altera conceitos, antes considerados seguros, não contribuindo em nada ao desenvolvimento da qualidade cultural da criança.



Até mesmo emissoras como a BBC, de Londres, a TF1, da França e a TV Cultura, do Brasil, classificadas entre as melhores no quesito qualidade, parecem estar à beira de um surto, visto a maneira como tratam a programação no momento.



A BBC deixou de lado os belos documentários e tratou de produzir programas de auditórios, com anunciantes. Apesar de educativos, os games vendem marcas ao invés de inteligência. Já a TF1 deixou de produzir programas de entrevistas, passando a transmitir novelas mexicanas em diversos horários. A TV Cultura, enterrada em uma forte crise financeira, promete mudanças para o primeiro semestre, quando lançará uma nova safra de episódios do infantil Ilha Rá-Tim-Bum, de Cao Hambúrguer.



Se for jogo de cena, saberemos com o tempo; todavia, é importante que a sociedade, no caso, a brasileira, possa estar atenta aos descasos culturais da programação da TV de hoje, forçando as emissoras, por meio da audiência, a melhorarem a qualidade das produções, sob pena financeira de não resistirem ao futuro para contarem o passado maculado que ajudaram a escrever no santo livro da História...



* Converse com o autor desse texto através do e-mail: carlos.netkids@bol.com.br



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