Não há mesmo quem possa dizer onde este país vai parar. O FGTS foi criado para que, em caso de demissão do emprego, o trabalhador tivesse algum dinheiro, a fim de prover seu sustento e o de sua família, até que conseguisse um novo emprego. Caso ele tivesse um único emprego, retiraria o dinheiro à época da aposentadoria.
Mais tarde, para suprir a inexistência de uma política habitacional, passou a ser admitido o uso desse dinheiro para compra de imóvel, numa evidente demonstração de que, aqui, prevalece sempre a tese da preguiça, porquanto criar uma política habitacional séria e executá-la fielmente seria muito mais trabalhoso do que permitir o uso do FGTS para a compra do imóvel. A situação permaneceu assim ao longo dos anos e, naturalmente, todos foram-se acostumando ao que não tem mesmo solução.
Agora, surge esta idéia, de utilizar essa garantia do trabalhador para, simplesmente, quitar anuidades escolares. Ora, convenhamos que é ir longe demais. Isto significa reconhecer que, além de não termos um sistema educacional decente (obrigação do Estado), nem mesmo se cogita de procurar consertar este erro grave, ainda que a muito longo prazo. Outra vez a tese da Preguiça (ou Lei do menor esforço). O governo admite que tudo que foi pregado, na campanha eleitoral, acerca da necessidade de se melhorar o sistema de ensino, não passou de pura e deslavada mentira, com o único objetivo de angariar os votos, tão necessários à eleição.
Enfim, esta história mais parece uma piada de mau gosto do que, propriamente, uma proposta. |