O Cobrador e a Freira
Autor desconhecido,contaram a mais de quarenta anos
Maneco embarca no ônibus, quase vazio, melhor dizendo, elem dele somente o cobrador o motorista e ela.
Ela o verdadeiro desperdício. Um pedacinho de mau caminho naquele habito preto, a tapar todas as maravilhas que Deus lhe deu.
Maneco, tarado por natureza, correu a sentar-se ao lado dela. Distraidamente deu-lhe uma passadinha de mão. Ela delicadamente afastou-a. Nos meus tempos de criança muito ouvi falar, até em noticias de jornais, sobre “A Mão do Alcides”, certamente em algum lugar, naquela época, ouve um Trado Alcides. Novamente A mão do Alcides, veio e desta vez mais agressiva novamente a mão foi retirada. Assim pela undécima vez a freirinha resolveu a trocar de lugar. Sem que ela ou ela percebessem o cobrador estava de olho nos aconteceres. Ele foi atrás, ela trocou de novo.
A perseguição foi tão forte, que a freira acabou desembarcando.
Logo após o desembarque o cobrador chegou a Maneco.
“Eu vi tudo”
Maneco ficou desconcertado esperando a descompostura quando Carlinhos, o cobrador, continuou:
Ela vem todas as sextas feiras rezar no cemitério a duas quadras daqui e, como é muito crente faz tudo que algum anjo mandar. Eu mesmo já a peguei assim. Tive de parar por que ela iniciou a desconfiar da minha farsa.
Na Sexta feira seguinte Maneco todo vestido de branco plantou se de tocaia no cemitério. A noite estava escura demais mas mesmo assim ele reconheceu a freirinha quando chegava e seguiu-a até o tumulo onde foi rezar. Silenciosamente subiu nele e sussurrou:
Oi Irma Maria Tereza, preciso de ti.
A Irmão ergueu os olhos e vendo aquela figura toda de branco.
Quem és?
Eu sou o Anjo Belsebu e preciso muito de ti.
Queres uma oração?
Não! Não eu morri sem sexo e agora preciso muito de sexo.
Perderam algum tempo naquele pode não pode deve não deve até que ela foi convencida que com um anjo não era pecado.
Mas só atrás porque na frente é Deus.
Concedeu ela, recebendo com relutancia concordância dele. Pois não poderia perder a viagem.
Ali mesmo no escuro ela apoiou as mãos no tumulo e tudo aconteceu.
Satisfeito Maneco resolveu a tirar um sarro.
Eu não sou anjo coisa nenhuma. Sou aquele passageiro do ônibus na sexta feira passada.
Recebendo a resposta eu não sou a Irmã Maria Tereza, eu sou Carlinhos o cobrador do ônibus.