1.959 - Pane
Minhas primeiras memórias - de dormir sem cobertor e com medo de pedir, da minha mãe pedindo umas costaneiras para cercar a horta e brincando no caminhão cara-chato que o meu pai tinha comprado, ah essas eu não esqueço, porém perguntem do filme de ontem. Nossa é um branco total, por mais que eu faça palavras cruzadas, leia e exercite meu cérebro. Viu cumé mesmo o nome daquele artista...
E ontem, fazendo palavras cruzadas, deparei-me com a definição de "esquecimento momentàneo" com quatro letras: pane! Pronto descobri do que eu sofro - Síndrome de Pane, de pane, não de pànico. Ainda bem. Por que, porque pelo Houaiss pane é uma falha no funcionamento do motor e tem conserto. No meu caso, anotando, perguntando, anotando, anotando e haja papeizinhos com os assuntos e palavras; sabem o que acontece tem hora, eu esqueço porque anotei e aí, jogo fora.
Já cheguei a levantar e anotar alguma coisa, que eu tinha sonhado com ela. Quando eu entro em "looping" a melhor maneira de sair dele é anotar. Para escrever as minhas cronicas semanais eu passo a semana anotando o que me vem à cabeça. Para esta eu anotei: falta de memória, sem e com. Quer dizer que eu teria tema para duas cronicas, mas já esqueci como eu tinha pensado o desenvolvimento delas. Fazendo um esforço danado, acho que uma seria esta para dizer da minha falta de memória, a outra seria dizer da minha memória com a ajuda das anotações e da internet.
Perceberam que eu já fui à internet e já consultei as anotações e por falar nelas tenho seis pedaços de papel com os seguintes recados: mentes perigosas, redundàncias, pleonasmo, cacófatos, sofisma, letras de músicas, persistência do passado, só reprises, vários nomes de músicas e vários artistas. Spoiler das próximas cronicas.
Eu sei o que é "spoiler", mas para explicar já recorri ao Wikipédia e, então, é um termo em inglês (óbvio) para quando você faz uma revelação de determinada história, ou trechos de filmes, ou mesmo a revelação do final, acabando com a surpresa para o interessado. No meio da conversa, você conta que a Ritinha Maria vai casar com o Diego Anastácio, acabando com o final da novela para todos.
Eu até gosto dos spoilers e não assisto aos meus filmes sem consultar o Google, aliás, para mim, filme repetido é que é bom, informando que mesmo repetidos eu já não os tenho por completo. Somente Legalmente Loira é que sei de todas as cenas, isso depois de tê-lo visto umas cem vezes.
Voltando à pane, palavra feminina de quatro letras e além de falha significa esquecimento momentàneo, branco, claro, parada. Hein, eu já disse isso. Desculpe, esqueci. Pane ruim é o do avião voando e antes que eu me esqueça, agora pouco li que os pilotos de um avião na China estavam fumando e esqueceram os comandos, fazendo com que o avião despencasse mais de seis mil metros. Certamente as pessoas se lembraram de tudo, pois dizem que nessas situações a sua vida passa pela sua memória em segundos. A minha passaria assim também, menos o nome do artista do filme de ontem.
Continuando, espera, deixem eu me lembrar... Hummm, o que é costaneira, sabem aqueles pedaços de madeira, cortados na serraria, sem utilização comercial. Será, só vendo no dicionário, se tiver. E tem várias definições, mas a que eu quero é esta: Tábua feita da primeira e última parte de um tronco serrado, que geralmente se apresenta com falhas e mais estreita que as demais. Se não fosse a internet...
E agora, tsc tsc... Sei, lembrei. Do caminhão cara-chato posso dizer que era o Mercedes, comprado pelo meu pai em cinquenta e nove. Como ele não era bicudo e tinha uma cabine quadrada, cara-chata, falávamos cara-chato.
Que mais, como não me lembrei, digo que nesta sexta-feira treze de sete de dezoito encerro com um abraço geral e se alguém souber o nome do artista que me fale...
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