2.022 - Eliminação
Da Rússia, após ser eliminada pela Bélgica na Copa, a delegação brasileira desembarcou na manhã deste domingo no Aeroporto do Galeão. Alguns jogadores deixaram o desembarque pelo portão comum, já o técnico Tite e outros saíram por um portão alternativo e o Neymar nem foi visto, como não foi visto em campo.
Com esta manchete: "Após eliminação, seleção desembarca no Rio e Tite agradece torcida." o UOL tenta explicar e justificar o desempenho da Seleção. Também tenta com a matéria "Por que perdemos? Os fatores que contribuíram para a queda." e já começa a falar da renovação para dois mil e vinte e dois, esquecendo-se da verdadeira renovação que o nosso país terá pela frente em outubro próximo.
Pelo site da Globo o assunto está de lado, escondido entre outros, sendo o principal o acompanhamento do resgate dos meninos presos na caverna na Tailàndia, que está acontecendo com sucesso. Também preferiu dedicar espaço à eliminação da Rússia, que foi mais honrosa que a nossa, por mais que a nossa tenha explicações, aliás, única explicação é que voltamos sem nenhuma explicação, ops.
Foram vinte e uma Copas até agora e como somos pentacampeões o resultado é de que voltamos antes em dezesseis delas, excetuando-se duas em que já estávamos por aqui mesmo, as de mil novecentos e cinquenta e de dois mil e quatorze. Nesta de quatorze, a maioria voltou para suas casas na Europa, como a maioria de agora dezoito também ficou pela Europa e outros países. Sabiam que dos vinte e três convocados, somente três são de times do Brasil, ou seja, três é que voltam mesmo para cá.
Qualquer eliminação não é fácil de digerir, mas dolorosa de mais foi a de mil novecentos e cinquenta quando perdemos para o Uruguai em pleno Maracanã. Até hoje se busca uma explicação, mas a única possível é que foram dois gols deles e um nosso. Esta final é conhecida como Maracanaço, ou Maracanazo, como usada pelos uruguaios como provocação. O silêncio tomou conta do Maracanã e está presente até os dias de hoje, mesmo cinco vitórias depois, que nos tornaram pentacampeões.
Você acha na internet muito mais textos sobre essa Copa de cinquenta, como este: "Na tentativa de encontrar um culpado para a derrota do Brasil, os supersticiosos de plantão culparam a troca do local de concentração na véspera da final, ou ainda culpam o uniforme, alegando que este deu azar para a seleção. A partir daí, a seleção abandonou o branco e passou a jogar com o seu clássico uniforme amarelo. Outros culpam o técnico Flávio Costa pelas duas horas de missa na manhã do jogo impostas pelo treinador aos jogadores, que rezaram de pé.".
Algumas voltas da nossa seleção eliminada antes não foram muito sentidas, por exemplo, a de mil novecentos e sessenta e seis, quando o Brasil perdeu duas partidas e ganhou apenas uma, sendo desclassificada já na primeira fase. Eu me lembro disso e também de que eu segui essa Copa pelo rádio no armazém do Seu João de Araújo. Não houve lamentações, o pessoal sabia que a seleção era ruim mesmo, desde a convocação quando foram convocados quarenta e quatro jogadores, suficiente para quatro times, cujo resultado foi nenhum.
Apesar de apresentar o melhor futebol na competição, o Brasil de Telê Santana acabou derrotado pela Itália, isso em mil novecentos e oitenta e dois, quando nossa Seleção era maiúscula com jogadores e futebol primorosos. Na internet e na memória de muita gente, as explicações são inúmeras, porém a única plausível é que a Itália fez três gols e o Brasil dois e apesar de uma inesperada derrota ela foi uma derrota, fazendo nos voltar mais cedo.
Neste domingo de oito de sete de dezoito, ouvindo "Musica Instrumental de Oro para Escuchar", podem até não gostarem, mas estou achando que foi melhor assim, tirando a seleção da mídia e voltando ao nosso tema principal que é a renovação da nossa política, desgastada por toda a roubalheira, como nunca antes...
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