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Artigos-->Ciranda Anti-Violência Contra as Mulheres -- 07/12/2003 - 20:56 (MARIA PETRONILHO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Agradeço a todos os autores a vossa colaboração, expondo a sua posição e expondo-se...

Que este manifesto de repúdio seja repassado e lido!

Que essa Campanha pela Igualdade de Direitos das Mulheres resulte, de facto e modo, na Verdadeira Igualdade.

Abraços fraternos a todos,

Sara Rafael (Lisboa)

sara-rafael@netcabo.pt

CC: Comissão dos Direitos Humanos, Casa do Brasil em Portugal, Fundação dos Direitos Humanos, ONU











Amordaçadas

Laura Martins



Sou aquele grito infindo,

partindo da profundeza...

Num casal tão desavindo

que não encontra beleza

na vida a dois, e vai indo...



Sou o grito estrangulado

nas gargantas das que entendem

que, num amor acabado,

ainda se compreendem.

Mas... é triste o resultado!



Sou o grito atormentado

de quem, conscientemente,

por não ter um ordenado

morre à míngua e, tristemente,

vai vivendo lado a lado.



São gritos d amordaçadas,

de milhares de mulheres

que se encontram registadas.

Fazem vida de esmoleres,

ao casamento amarradas.



12/05/2003

Laura B. Martins

laurabmartins@netvisao.pt

Soc. Port. Autores n.º 20958

Portugal



* * *

Fúria Insana

Simone Borba Pinheiro



Quando o descontrole domina

o frágil ser humano,

basta um olhar diferente,

uma interpretação errada,

um mal entendido e a fúria insana,

surge do nada...arrebatando,

rasgando a noite assustada,

arrazando o dia entristecido,

esbofeteando,esbravejando,

desferindo maldades boca a fora,

marcando o coração dilacerado

a ferro e fogo,ardendo em brasas,

aniquilando o amor que outrora existia,

desatando todos os laços

que caminhavam de braços dados

com sentimentos puros.



E quando amanhece o dia,

restam as cinzas da fúria insana

de um louco insensato,

que descontrolado, aniquilou

a noite e o dia,do coração amado!...



12/ 01/ 03

Brasil



* * *

VIOLENTADA



Sara Rafael







Companheiro,



Insultas-me sem ruído



Não há testemunhas



Ninguém ouve o meu grito.







Marido,



De dia sou por ti espancada



Numa tortura silenciosa



De noite sou por ti violada







Pai,



Anti-natura dos meus filhos



Por eles acordo de manhã



Na esperança de vida sem riscos.







Filho,



Esqueces que tinhas mãe



Que uma mulher te pariu



Se para ti não sou ninguém.







Louco,



Crês que tudo podes fazer.



E acreditas que és deus



Que nem a Justiça te pode deter.







Homem…?



Vives de forma reles



em sonhos anormais.



Deita-te neles!







30/11/03



Lisboa - Portugal



sara-rafael@netcabo.pt







* * *

A CORAGEM É A SUPERAÇÃO DO MEDO



Celito Medeiros







Medo, clausura, impotência e desventura



Machos, machucados, dementes e animais



Quem poderia causar isto à uma mulher?



Masculino, divino e amante, onde estais?







Supressão, depressão, fobias e o que mais?



Por quê dizer amar quando o ato é sufocar?



Até quando suportar o insuportável terror?



Grito calado, gelado, humilhado e silencioso







É preciso superar este medo pondo um fim



Um grito diferente, denuncie e não sacie



Abandone de uma vez o que não mudará



Caia fora desta doentia relação infernal







Existe uma saída para ações e ameaças



É preciso ajuda de quem está de fora



Somar forças contra esta bestialidade



Não se deixar intimidar, reagir sempre







É preciso muita coragem para superar



É preciso ajuda para poder denunciar



É preciso tanta coisa para de fato agir



É preciso ser gente e saber como amar!







Brasil







* * *

C h e g a ! ! !

Maria Thereza Neves





Chega de lágrimas

lamentos

prantos da terra

choros do mar



Chega de frustrações

ilusões

precisamos preservar

nossas ilusões



Chega de misérias, torturas

gente brutal

que nega comida

à boca faminta



Chega de hipocrisia

falsas promessas

cabeças sem tetos

abrigos de vida



Chega de muros

"navalhas na carne"

almas que gemem

num triste tormento



Chega de lágrimas

lamentos

prantos da terra

choros do mar !!!!



Juiz de Fora/MG/Brasil



* * *

Loucura

*Fanny*



Por que vestiste teus olhos de ódio,

se foi neles que eu vislumbrei amor?!



Por que me feriste com tuas palavras cutilantes

se foram as de carinho que eu sempre ouvi?



Por que manchaste tuas mãos com tua ira

se foram elas que um dia me tocaram com ternura?



Por que agiste violentamente...

se quando querias meu corpo te enfeitavas de "amor"?



Por que agiste assim meu companheiro,

meu amor, meu esposo eleito...

se nem alcool ou droga tinhas ingerido?

Por quê? Por quê?



Por que não tiveste a grandeza de pedir perdão?

Por acaso terás sentido meu plangente coração

afogado em tanto sofrimento?



Vou-me embora...fica aqui agora sem mim...

Sente o soluçar da tua alma que chora

e quando sentires saudades de mim...

lembra-te da loucura que cometeste!



30/11/03

Lisboa-Portugal

fannycosta@netcabo.pt



* * *

Sofro



Mercilia Rodrigues







Por ter nascido mulher,



neste mundo tão insano,



não tenho valor sequer,



pelo meu sofrer desumano



Na lides estou lado a lado



nos sofrer mil vezes sozinha,



O meu grito abafado



pela sorte que é daninha!



Minhas lágrimas vertidas



pelas marcas em meu corpo



Cicatrizes e feridas



desfiguram-me o rosto !



Sofro envergonhada



em expor a dor à mostra,



pois campeia a indiferença,



ao me ver, viram-me as costas !



Sofro a dor dos desenganados ,



Pelos pais que não tive,



pelo companheiro acovardado



na embriaguez em que vive !



Resta -me a esperança



de que Deus abra-me uma porta,



acolhendo em lavra mansa,



antes que caía morta!







30/11/03



Araçatuba-SP - Brasil







* * *

GRITO



Edna Liany Carreon







São gritos... levados pelo vento...



Gritos que ninguém ouve,



pois, são gritos sufocados, desesperados,



gritos esses, que se calam, diante



da dor, do medo...



Nos interiores de lares desfeitos,



pela violência, pela brutalidade,



aonde impera o sofrimento e



não mais a felicidade...



São famílias desfeitas,



onde outrora, existiu amor e compreensão,



agora somente dor e decepção...



O que pode levar um ser humano



a tratar o outro ser, a quem tanto amou,



de uma forma cruel e desvairada?



Como pode maltratar e espancar,



a companheira, sem ao menos querer conversar...



Como pode? Se ontem se amavam...



E hoje se sufocam...





30/11/2003

São José dos Campos - SP - Brasil



* * *

Vida AmorDaçada

Vanderli Medeiros



O primeiro olhar,

as primeiras carícias,

juras perante o altar,

amar e respeitar,

até a morte os separar.



Tantas juras, tantos sonhos...

O príncipe e protetor, hoje, é algoz,

mensageiro da dor...

E a rainha do lar, esposa e mãe amada,

Vive o drama de ser escravizada,

até na alma amordaçada.



E aquele a quem entregara sua vida,

seus sonhos e seu amor,

na violência muda das quatro paredes,

embriagado no ciúme etílico,

na possessão desmedida,

mata-lhe os sonhos, a fé, esperança...



Só, triste e desamparada,

emudece a sua fala;

no leito nupcial, inúmeras vezes, é violada;

aceita tudo, sempre muda, calada, resignada,

para acalmar a ira do seu "dono e senhor".



No dia em que se rebela e pede a libertação,

já cansada de tanta servidão,

recebe, como carta de alforria,

envolvida em belo e florido caixão,

a morte que, enfim, os separou!



30/11/03

Brasil



* * *

Lamento

Margaret Pelicano



Lá no firmamento Deus nos observa,

deitado em plena relva

quietinho a imaginar,

fica deslumbrado com sua criação,

tanta beleza a contentar...



Quando de repente ouve o esbravejar,

os gritos de desespero,

mulheres a chorar,

crianças de olhos arregalados

acuadas em um canto

até sem respirar...



O Criador chora,

e por ter criado o Livre-Arbítrio

nada pode declarar...

não pode socorrer

Vê pais espancando filhos, mulheres sem o seu lar.



Tanta maldade junta,

perde-se o noção de Lar...

Criou a Lei do Retorno,

mas ela pode demorar,

séculos a fio, até o espírito injusto melhorar



Aguarda então do próprio homem uma solução

Irmãos? Há que se impôr

e buscar o socorro na lei dos homens

nos vizinhos, nos familiares

que a injustiça poderão aplacar!



BSB - 30/11/2003

Brasil



* * *

M U L H E R



Célia Lamounier







Mulher!



Em todo amor, menosprezada e vilipendiada,



Não tem sequer outra mulher pra defendê-la.



Se muito ama... é apedrejada.







Que mundo é este?



Que homem é este que só procura



Em armadilhas mil fazer cair



Toda mulher



E tendo conseguido o seu intento



Logo inventa mil maneiras



De fazer crescer um pantanal



Onde, animal saciado,



Feliz enterra tudo.



Mulher...



Não sei qual o melhor caminho



Que você deve trilhar pra defender-se.



Mas o estudo... é quase tudo.







Que mundo é este?



Que homem é este sempre a dizer



Palavras tão bonitas para amar



Toda mulher



E tendo conseguido o seu intento



Só alimenta



Desejo imenso de se ver livre



para, animal indômito,



Fazer sonhar nova mulher.







Mulher?



Torne-se forte, seja segura,



Aprenda a ter vontades



Que a luta – a luta é dura!



E o amor... lembre-se bem,



O amor é mal sem cura



Mas a mulher que ESTUDA, luta e analisa



Quase sempre chega a ser: MULHER!







Brasil



* * *

O que me assusta no mundo...



Peixão89







O que me assusta no mundo não é a quantidade de espertinhos. O que me assusta,

é a quantidade de imbecis. Não dá para acreditar a quantidade de imbecis que

existe espalhada por esse mundo desvairado. Eles estão em todos os lugares,

aporrinhando a todo momento, cometendo cada barbaridade, uma em cima da outra.

E são imbecis de tudo quanto é jeito. Tem imbecil babaca, ignorante, macho,

fêmea, grande, pequeno, gordo, magro, gentil, estúpido, cretino, idiota,

político, esse uma dos mais prolíferos e que mais enche o saco. Tem imbecil

filosófico, descrente, crente, temente e não temente, linha dura e bunda mole,

civil e militar, que também é um cacete. Tem imbecil metido a artista, a

intelectual, a sabe-tudo, e que na maioria das vezes, não sabe merda nenhuma.

Tem imbecil em alta, em baixa, classe A, classe média e os pobres mesmo.



Tem ainda imbecil que não acha que é imbecil, e, por último, aqueles que são

imbecil-imbecil, a verdadeira nata da imbecilidade, tamanha a senilidade incorporada.

E o mais duro é ter consciência de que você por um monte de razões, tem que

conviver com todo esse bando de imbecis, e , na maioria das vezes, não pode

fazer nada. O que também é bem imbecil.





Passando a limpo esse texto, mais de 11 anos depois, a quantidade de imbecis só

fez aumentar o tamanho da imbecilidade que assola o mundo.



E o mais duro é que aquela parcela que se sobressai da imbecilidade, tem que aturar a chegada dos

novos imbecis, que acham que experiência e alguns anos de vida a mais, é estar fora, ou por fora,



sem acompanhar o ritmo, como se fosse possível ter que admitir que só os imbecis é que merecem vez.



A inteligência está sendo vilipendiada.





Coração Civil



Coração

Ci

vil

Vil não é

Se ve que não viu

Civil

É o coração

Co

ra

ção

De quem se viu

Civil que ve

Coração

do quintal, do galo

Vil que não viu

O coração

Utópico, trópico, lógico

Nórdico

Nordestino

Destino vil

Do civil coração que não ouviu.

Se somos tão bárbaros, nos faltam em civilidade. Peixão89Brasil

* * *Seria uma História de Amor



Maria Petronilho



Seduzia-te a pureza

Que no meu olhar luzia.

Esperei-te em tempo de guerra

No roseiral cobiçada

Porém, leal me quedava

Na ilusão em que cria.

Pela ilusão levada,

Teus espinhos não discernia

Família, nunca a tivera,

Contigo uma queria.

Colheste-me em primavera

Botão fechado de alvura

Misturada de inocência.

Levei-te de mim à frente

Levantei-te triunfante.

Quando no alto te achaste

E desse alto me olhaste

Tornaste-te indiferente.

Concebi tua semente

Dei-te a vida confiante

Dizias-me, delirante,

Ser de todas diferente

Pois se tantas experimentaste

Enquanto eu me dividia

Entre trabalho e família

E "tua mãe" me tornava

A ti, tudo te sobrava

Que nos meus ombros tomara

Todo o peso e fadiga.

Chegavas de madrugada

E tinhas a mesa posta.

Minha boca não se abria.

Quando tu adormecias

É que o meu pranto soltava.

Tomei nojo de teu cheiro

Gabavas-te de ser macho

Onde o aprenderias?!

Que a mim o não mostraras.

Íamos à praia, lembras?

Olhaste-me com cobiça

Apossaste-me à força

Derrubando-me na cama

Aonde me desfloraras

Mas agora só querias

Provar a ti que me tinhas

Semeaste-me com raiva

Outro filho na barriga

Mas como o não desejavas

Levaste-me numa briga

Às fazedoras de anjos

Amigas da tua amásia

E assassinaste meu filho!

Quem sarará este pranto?!

Mas ainda insatisfeito

Falavas a toda a hora

Que me ias dar a desgraça

Andavas de arma na cinta

Sina tua, a cobardia!

Porém, eu tive mais força!

Habituada à pancada

Que tu vias que eu levava

Bateste-me na esperança

Que eu batesse em retirada

Deixando-te a minha casa

Deixando-te a minha filha

Para ser enteada de outra.

Mataras minha alegria

Mas quando te disse um dia

Que o divórcio rolava

Caíste a chorar na sala.

Coloquei-te a mala à porta

E mudei de fechadura.

Perdi anos em contenda

Porém diz clara a sentença

Ser de tudo tua a culpa.

Que a minha vida desnuda

Te alente, irmã molestada!

Não baixes os braços nunca!



2/12/2003Lisboa - Portugal

* * *

Violência

Dinah Potyra



O silencio da madrugada é interrompido

Por dores e gemidos

Travesseiro, por lágrima, umedecido.

Lanças sobre mim a tua ira

Em golpes certeiros atacas

Feris não apenas meu corpo, também minh alma

As marcas da tua violência

Extrapolam ao que se pode chamar de humano

As mágoas vão se somando

Como se não bastasse a dor física,

Preciso salvaguardar as aparências...

Mantendo nos lábios um sorriso

Justificando como pequenos acidentes

As cicatrizes que em mim estão formando

Pequena, indefesa, frágil...

Diante da tua força masculina

Reprimo os meus anseios de liberdade

Temendo o próximo passo

Sem ao menos ter a coragem

De bravamente resgatar a minha dignidade

Dizendo não a esse ultraje

Denunciando para que respondas por teus atos insólitos.



01.12.03 - 02.04 Hs.

Aracaju - Se - Brasil



* * *

Mulheres Tripudiadas



Schyrlei Pinheiro







Mulher, esteio da vida,



escolhida e abençoada



para germinar, dentro de si,



o mistério da divindade.



Por mais impuro que seja seu corpo ultrajado,



sua alma é mais limpa



que a dos homens



que te condena, que violenta tua nobreza,



que te isulta, e abusa da força bruta.



Es mulher, és flor delicada,



perfumando a audácia,



e por ela amordaçada,



calando a dor da tua incerteza,



de, por amor, entregar toda a tua vida,



abençoando aos filhos, concebidos



no pecado,



sem saber que espelharão, lá, no futuro,



a imagem de um novo redentor,



ou a face cruel de um agressor,



tripudiada, amordaçada.



Teu grito cala,



mas, tua lágrima, não contida,



clama aos céus,



justiça.







Brasil



* * *

Dor

Vilma Galvão



Sabemos onde acabará tudo isso...

Somos dois a lutar contra sentimentos dentro de nós,

estamos lutando contra algo

que um dia já foi amor!

Hoje, restos de palavras não ditas,

de atos inaceitáveis,

de momentos que não compartilhamos...

Somos dois a brigar com nós mesmos,

mas cada um com a força que tem!

Você, homem! Valente e descrente...

Eu, mulher! Frágil e fiel...



Em minhas orações, suplico ao Pai!

Que Ele me livre do seu ódio,

da sua saga de violentar o corpo e muito mais o meu coração!

Que o Pai me dê forças para resistir e não morrer

a cada gesto brutal em que zombas da minha fraqueza...



Somos duas forças diferentes,

um dia já fomos AMOR!

Hoje você é mosntro

e eu sou apenas DOR...



Brasil



* * *

AMOR VIOLENTO, AMOR DOENTE!



Renata B. Guimarães







Ah amor, que no passado foi tão grande



como pode se transformar assim?



Sei que nenhuma violência chega à mulher



se antes não foi muito bem amada!



Pois mulher alguma se apega a um homem que bate,



se um dia este não a amou muito.







E é isto que dá esperança



à este ser que ama tanto:



saber que teve um amor genuíno!







Só que na pureza de sua alma



ela nunca soube difereciá-lo de um amor insano,



um amor doente que bate em si mesmo!



Por que quando ele bate nela,



na verdade bate no amor



que ela lhe tem



e ele sabe não ser merecedor



e que nunca terá algo semelhante!



Ele sabe, que não sabe amar...



Só isso explica a maldade



que há num coração masculino.



E só o amor explica



o que acontece no coração feminino,



Visto que muitas mulheres que apanham não reclamam.







Na intensidade de seu amor,



acredita que um dia



ele possa amá-la novamente!







Abre os olhos mulher



e enxerga a vida,



foge da mentira e busca a verdade:



teu valor é maior,



teu amor é melhor



e merece muito mais do que tens.



foge desta vida e deste amor maldito,



espera algum bem!



Olha para o espelho,



levanta teu rosto



e não te entrega por tão pouco,



só dá teu amor



para quem te amar por igual!







02/12/03



Brasil







* * *

Humilhada, Repudiada, Ferida.



Marici Bross







Humilhada, repudiada, ferida.



Mulher ser de luz



Que dá a vida a seus filhos



Mulher de amor



Carinho Puro



Humilhada, repudiada, ferida.



Mulher que ama,



Mulher que luta por sua casa



Mulher guerreira



Mulher valente



Humilhada, repudiada, ferida.



Mulher que é Maria



Mulher que é Solange



Mulher que é Sara



Mulher de todas as pátrias

Mulher de todas as lutas



Humilhada, repudiada, ferida



Até quando, como e onde?







04-12-03



SP/BR



www.maricibross.com







* * *





GRITOS SILENCIOSOS



Josette Garcia



(Mila)







São Joanas ou Marias são



Aquelas, cujas angustias,



Caladamente vividas



Soam silenciosa canção



Das amarguras sofridas...



Medo da exclusão



Esperanças partidas...



Cujos ecos repicam retumbantes



E retornam sufocados e silentes



Das frias rochas da impunidade



Dos cegos olhos da omissão



E desapoio de uma sociedade



Que volve as costas a tais atos



Tornando o que sofre em vilão



Vítima daqueles preconceitos



Guardando sofreres em cofre



E tem que calar os seus dramas



Pois sendo seu algoz santidade



Protegido por tais leis



Que deviam lhe por algemas



E os governantes "Pilatos"



Que insistem lavar suas mãos



Nas lágrimas de quem sofre.







04.12.2003

Brasil



* * *

Clamor



Márcia Possar







Se for falar de dor...

São tantos os brotos a arrebentar,

ulcerando pele, pensamento e pudor,

que o amor-próprio já grita

aquele grito seco de se retirar.

De se resgatar; enfim...



Contar-me numa história isenta de pecados

e falar de dentro de um porão que soma o "tempo",

é poder enfim, ouvir-me em gemido,

feito de voz presa, que corta de chofre

o que arde num corpo dolorido,

e anuncia:

É hora de sair!



Como poder me mover,

se aperta-me, continuamente, estranho medo?

Num casulo, repleto da minha borboleta feita,

o tempo passou e eu, ainda precisando me criar.

No espaço, no ar, na minha estrada...





Recriar o sonho, que de tão puro,

se postou como uma negação,

tão evidente, como seria impossível

conviver com ele no quarto escuro,

apenas povoado pela "obrigação".



Me avisto no espelho secreto que junta desalinhos:

um corpo cansado, ultrajado, que agora ressente,

coloca-se "mãos postas", implorando caminhos,

como se clamando, tentando se libertar, antes da mente.



Me deixei resguardar pelo que a vida empresta;

meus olhos viram apenas o "muro"

e eu precisava não somente da fresta,

mas também do escuro.

Protegeu-me, esta, de sentir cada emoção.

Defendeu-me, ela, dos elos e dos "castelos",

para depois me atirar como condição.



Ainda não tive vida...

Aconteceu-me alguma coisa,

que eu,

por tentar fazer o melhor,

precisei existir...



* * *

Fala a mulher

Cleide Canton Garcia



Fala, mulher,

desabafa!

Há quanto tempo desrespeitada,

na tua dor enjaulada.



Blasfemam!

Dizem-te do lar a rainha

mas carregas a desmedida a dor

que também é minha.



Fala, mãe!

Fala de todo sofrimento.

Vomita o teu lamento!

Feita foste para seres endeusada

e de todos os amores embriagada.

E, no entanto,

vejo-te sorver de toda sorte o pranto,

magoada,

difamada,

a outros patamares relegada.



Vejo-te envelhecer distribuindo carinho

defendendo com bravura teu ninho.

Vejo-te guerreira,

eterna companheira,

sempre pronta para o perdão.

E o que te dão?



Fala, mulher,

grita bem alto!

Fala da dor que te oprime o peito.

Fala do preconceito.

Chega de ser

simplesmente objeto do prazer,

de luxúria, da ira desmedida.

Chega de lágrima escondida

que envelhece teu rosto tão cedo

aumentando, dia a dia o teu medo.

Chega de esconder os estupros disfarçados

pelas leis ignorados.

Chega de tolerar a violência

que as autoridades vêem com complacência.

Fala, mulher!

Deixa na história

tua luta eivada de glória.



04/12/2003 10:21 horas

SP,Brasil



* * *

Retrato de uma vida

Catherine Roos



Quando menina, sonhava com um principe!

Quando mocinha sonhava com um namorado bonito!

Quando mais adulta sonhava com o homem da minha vida!

Quando mulher percebi que tinha um coração partido!



Agora como ser humano e mulher madura

Vejo que ainda não perdi a candura,

Mas já não acredito em qualquer jura

Tenho o coração fechado, mas minh alma ainda é pura



Quando maltratada e humilhada

Ele chamava-me de puta!

Hoje eu venci, não sou vencida!

E ele vive a minha procura!



Nenhuma mulher pode ceder ou enfraquecer

Diante da brutalidade e covardia de um homem,

Todas podemos e devemos lutar, sem jamais esquecer

Que somos femeas, geramos o homem em nosso ventre!

Somos portanto, mais fortes!

Nosso coração não pode esquecer

De amarmos à nós mesmas e lutar para vencer!

Vencer a brutalidade a ignorância de um homem!



Agora que estou a envelhecer,

Sei que muito ainda tenho que aprender

Mas aprendi que a mão do homem

É para me amar e aquecer!

Nunca mais irão me bater!!!



Dezembro/2003



* * *

MIGALHAS DE AMPARO

Paola Caumo



Argüida de vadia

Com toda a carga moral da palavra

Se encobre de vergonha

E começa a supor-se

merecedora dos suplícios

a que é imposta no dia-a-dia

pelo seu macho – diga-se dono.



A violência física e psicológica

torna seu algoz uma espécie de herói

uma vez que, “apesar de seu pouco valor”,

ainda a “cuida, alimenta, lhe dá um lar”.



Esquecida de si ou talvez

revoltada no silêncio

não encontra forças para

restituir-se de seu eu, de seu valor.



Mulheres que passam a acreditar

que isso é o melhor que a vida

pode lhe dar: migalhas de amparo,

através de um homem que a subjuga.



Mas afinal:

O que faz supor a esses homens,

que têm o direito de sujeitar as

mulheres a esse tipo de tratamento?

Não sejamos ingênuos:

Nada se perpetua na sociedade

sem a nossa conivência.



Até quando essa omissão?



3/Dezembro/2003

Porto Alegre, Brasil





SUA EXCELÊNCIA: A DOR

Paola Caumo



Escuto, silenciosamente,

os sons da aflição

entrando-me pela retina



Não me é privilégio

sua presença



Nem tão-pouco

ela se compadece



A veemência da repulsa

não a extirpa de mim



. . .



Contemplo-a

sem lamúrias

e digo:



Mostra-me

a lição oculta...



...e siga seu rumo



19/Novembro/2003

Porto Alegre, Brasil



* * *

MULHERES EM CATIVEIRO

Marcial Salaverry



Existe um célebre provérbio que diz algo assim: Cada povo com seu uso, cada

roca com seu fuso. Muito certo, muito exato. Apesar da globalização tão

apregoada, apesar do enorme desenvolvimento que o progresso tecnológico nos

proporciona, posso observar, completamente estarrecido, que certos povos

ainda vivem com alguns séculos de atraso.

Estive lendo sobre a vida das mulheres em diversas regiões do mundo.

Não quero comentar sobre os aspectos religiosos, pois falar-se sobre

costumes religiosos sempre despertará alguma polêmica. Como, por exemplo,

sobre a poligamia livremente praticada em muitas regiões. Desde que essa

situação seja aceita pelo povo em geral, e ainda pelas mulheres, nada se

pode falar. São usos e costumes já de há muito arraigados,

e mudá-los seria praticamente impossível.

Contudo, ao ver imagem de mulheres afegãs, sendo obrigadas a cobrir todo o

corpo, sendo relegadas a uma sub-existência, inteiramente à mercê do absurdo

machismo que impera nesse País, não pude deixar de revoltar-me.

Já não chega a precariedade do padrão de vida lá existente, já não chegam as

incontáveis guerras que dizimam a população, elas ainda tem que conviver com

o fato de não serem consideradas pessoas.

São classificadas como pouco acima de coisas.

Não podem estudar. Não podem se divertir. Não podem participar de nada na

comunidade. O único que lhes é permitido é "servir" seus senhores. Não

podem mesmo lhes dar prazer. Não saberiam como. Apenas são animais para

procriação. Com uma desvantagem, pois a fêmea animal só aceita o macho

quando está no cio. E a fêmea afegã nem essa defesa tem. Tem que estar

sempre à disposição. Afinal, serve apenas para isso...

Serão belas as mulheres afegãs? Como sabê-lo?.

Não lhes é permitido sequer mostrar o rosto, que se poderá dizer do corpo.

Pobres mulheres afegãs... Sequer lhes é permitido ter vaidade.

Parece que só lhes é permitido respirar,

porque ainda são necessárias para a reprodução da espécie...

Como viver assim? Submetem-se a esse regime cruel de vida, mesmo porque não

lhes é permitido saber que existem outros sistemas de vida no mundo.

Para elas o mundo se resume naquilo que tem ao seu redor.

Acredito que com a queda dos talibans, a situação tenha mudado um pouco...

Mas basicamente a situação continuará a mesma. Ao que tudo indica, já podem

agora expor o rosto... e existem lindos rostos. Quem sabe com o tempo as

coisas mudem mais um pouco, e elas possam viver com alguma liberdade.

Não podemos nos esquecer de que há alguns quantos anos atrás, as mulheres

ocidentais quase nada podiam. Tiveram que lutar muito para chegar à

situação atual, de uma quase equiparação ao homem.

Quem sabe lá no distante e sofrido Afeganistão também as coisas evoluam...

Quem viver, verá...



Marcial Salaverry

Direitos autorais reservados

Brasil



* * *

LEVANTA! MULHER!...



Emília Possídio







Ergue a tua cabeça



Mulher que dizem ser da rua



Não te envergonhes



Se estás ai



A culpa não é tua



Não te podem cobrar seriedade



Quem falhou contigo



Foi a sociedade



Que não te deu comida



Não te deu guarida



E nunca te educou







Levanta!



Ergue a cabeça!



Mulher maltratada,



Violentada,



Traída e mal assistida...



Pareces um animal ferido



Padeces tudo nesta vida



Porque te faltou carinho



Te faltou amor



Viveste enclausurada na tua dor







Levanta! Mulher!



Não desanimes!



Não te amofines!



A despeito de tudo,



Nunca digas que cansou



E que a vida para ti acabou



Solta teu grito



Grita teus ais



Cansar, jamais!



Cansar é não recomeçar



É nunca chegar...







Ainda há tempo para lutar



Ainda há tempo para amar



Levanta! Mulher!







4.12.2003



Fortaleza, Brasil







* * *







DESCULPE SOU MULHER

Diana Lima





Eu não intencionava te agredir



Desculpe, se eu me permitir

Chorar, quando alguém me ferir

Calar a voz, quando me quiser ouvir

Omitir, para não ter que mentir

A dor sublimar, quando não puder amar,

Alguém que só me faz chorar

Desculpe, se eu me sobressair

Se meu brilho te incomodar, te ofuscar

Desculpo tuas Fraquezas, se

Puder desculpar as minhas Forças

E, se puder me incentivar

Desculpe se eu ousar sonhar

É para justificar o que está à me faltar

Desculpe minha alegria, meu fulgor

Se minha alegria te contagia

Se meu brilho amor irradia

Desculpe minha felicidade de um dia

Minha risada escancarada, o rubor

Sem ser você, o causador

Desculpe se eu não quiser ser

A que anda atrás, e a te fazer ser

Um grande homem,e a te envaidecer

Desculpe, quero andar do lado

De preferência juntos...abraçados



07/10/2003

Itanhaém/SP, Brasil





INDIFERENÇA



Diana Lima



Falas da violência que passa na TV

Mas passas por mim, e não me vês

Sofro essa violência, tua indiferença

Ironiza meu pranto, me apontas as cenas

Digo-lhe sem palavras, sem tua presença

Violência maior, muda é a que encenas

Ela grita no palco de minha vida

Alma sofre calada, quer transformar

Aquilo que estás à me negar

Liberdade!, Amor, Liberdade!, Amor

Quero voar!...Voar!...

Solte minhas amarras, meus cordões

Chega de me fazer viver em perdões

Derramar lágrimas aos borbotões

Passas por mim e não me vês

Indiferença, é o teu sentimento

Que trazes por mim, sem arrependimentos

Indiferença é tudo que me ofereces

Já não posso mais aceitar

Passivamente e ainda me culpar

Por não ser capaz de me sentir feliz

Quando todos me dizem que sim

Que tu és tudo prá mim

Tudo o quê? Indiferença!

É o tudo que vejo em teu olhar

Que foges do meu, à vagar

Indiferença é o meu penar

Pois ao sentir-te meu dono

Seguro, deixou-me em completo abandono

Indiferença me fez sonhar...

Indiferença me fez acordar...

E descobrir que posso voar...

Nas asas do Amor, vibrar...

Em outra vibração

Fazer feliz meu coração

E te deixar, em indiferença



06/12/2003

Itanhaém/SP, Brasil







* * *







VIOLÊNCIA

Nilson Matos Pereira





No mundo modernizado



Dito mais civilizado

Reina a guerra, não a paz

Pois impera a violência

Aviltando a consciência

E quase nada se faz





Perdura a luta de classe

E como se não bastasse

Exploração miserável

Todo dia se descobre

Na casa do rico ou pobre

Violência abominável





O homem se descontrola

Estupra, bate, degola

A mulher desesperada

Como fera enraivecida

Desconta as dores da vida

Espancando a sua amada







Mãe zelosa sofre e chora

Quer fugir, quer ir embora

Abandonar o calvário

Mas fica, não pode ir

Pois não teria porvir

Sem trabalho e sem salário







03/12/03

Araranguá, Brasil





* * *



Violência Não!!



Ana Alice Zanettini





Mulheres templo sagrados, capazes gerar vidas.

Forte é sua natureza;

Tem a capacidade de criar e manter a vida.

Defensora de qualquer utopia e de justiça social.



Ferimos a diferença biológica dos sexos, homem e mulher.

Queremos um mundo onde ser mulher seja compatível com a condição humana.

Livre de todas as formas de opressão e violência.

O Homem espanca a mulher, mais do que o seu corpo.



O que ele espanca são ilusões, sonhos, projetos investidos numa relação.

Frágil, desprotegida ou sem recurso fica acuada com medo;

Daquele que poderia ser o seu protetor.

Vive momento de pânico em situação de riso no próprio lar,



Sente-se como o chão lhe fugisse dos pés.

Sofre as mais diversas violências,

Sem protesto, sendo agredida, só lhe resta enfrentar a própria situação.

Esquecer o herói novelesco que prolonga o príncipe encantado da infância e enfrentar a vida real;



Chegou o momento de tirar a mordaça.

Nada justifica que um homem violente ou ameace uma mulher.

Uma situação de violência não deve ficar impune, é arriscar a própria vida.

Tire a mordaça peça ajuda denuncie.



05/12/2003

Brasil



* * *



Gatilho



Luciane Makkario







Em forma de canto,



Entôo o meu grito,



Sigo a lamntar.







Das dores da vida,



Das grandes feridas



Que nunca vão cicatrizar.







Gatilho de aço,



Inimigo nefasto,



Amigo da dor.







Por te guardo mágoas,



Das fortes pancadas



Que em mim tatuou.







Com teus gatimanhos



Me pôs a chorar.



Criatura nefasta



tu há de pagar.







Em noite de chuva



Mostrou me o terror.



**Feriu minha mãe...**



Perdeu um amor.







Luciane Makkario



06/11/2003- 15:50



São Paulo-Brasil











* * *



VANDALISMO

Belquis Barés



aspereza de jeitos que espanta longe

a doce tersura das pétalas

flor que se fecha doente temerosa

ante quem sua fragrância não aprecia

tempestade de areia no deserto

que magoante cerne a sua vítima

com aspiração cruel avasallante

intenção de possuir pela força

o que a brisa, o sol e a água

obtêm sem esforço docemente.



Belquis Barés

(Quimera Infinita)





* * *

Eu mulher comum

Vera Di Bomfim



De irônica armadura,

Que o faz de conta social não enquadra

Porque ai não se emoldura,

A mim mulher, veste a vida.



Todos dias

minha alma ultrajada,

de sonhos e esperanças despida,

De guerreira é vestida

E para luta do sobreviver empurrada,



Todos os dias

Corpo meu ferido pelo cansaço

de tantas Batalhas vãs

Obrigado é a no vazio do espaço,

lutar por vencer o preconceito.



Todos os dias

Minha voz que poesia cantar quer

Na dor da deseperança é moldada,

Silenciada por uma violencia qualquer,

E amordaçada pelas ruas passa calada



Todos os dias

Meus ouvidos, que no barulho das urbis

a natureza já não ouve,

Capta gritos, amordaçados por mãos vis,

no desespero da deformação do amor que já se perde



Todos os dias

Meus olhos, que horizontes amplos,

Por vicio de sonhador miram,

a morrer por fome de tudo,enxergam seres multiplos

Filhos por quem mães tudo dariam





Todos os dias

Para além da vilolencia pessoal

De irônica armadura,

Que não se coaduna com o faz de conta social

Se vestem mulheres jovens e maduras

Sem que sejam rotuladas, alguem especial



Então eu mulher, sei .

Sei que todos os dias.

Para além do que não sei,

mulheres, por todos os fatos e todas as vias

vestem armaduras, tantas que nem contar pensei.



Vera Di Bomfim

6/12/2003

Salvador - Bahia - Brasil

email: githana@uol.com.br



* * *

A PRIMEIRA VEZ

Mifori



O momento em que uma moça,

Se transforma em mulher,

Deve ser repleto de amor e bem querer.

É momento de felicidade, de alegria,

Não de frustração, dor e nostalgia.



Todo homem competente,

É amoroso e sensível.

Com carinho imprescindível

Saberá preparar a companheira,

Para ser feliz a vida inteira.



Um ato de amor é maravilhoso

Se o companheiro for carinhoso,

Carícias despertar, receber e doar,

Na abundância com sabedoria,

No antes, no durante e no depois...

Do ato que se quer concretizar!



"A violência à mulher está, muitas vezes, já na sua primeira vez, na sua Lua De Mel"



Mifori

06/12/2003 - 20horas

SJC-SP - BRASIL



* * *



NÓS MULHERES



Fátima Ribeiro





Calamos gritos antes que nasçam

mas temos as gargantas arranhadas

de todas as revoltas

transformadas em gritos.

Parimos envergonhadas

(a voz ordinária de uma parteira qualquer)

mas pedimos que nos filmassem no acto sublime de ser mãe.

Fizemos amor de luz apagada e dentes cerrados

mas abrimos as portas e o corpo

ao prazer proibido de tantos séculos.

Desmaiamos à vista de sangue

mas carregamos também as G3

e fomos matar e ser mortas.

Fizemos croché, limpamos, consertamos

e fizemos de comer

sem sequer saber assinar o nosso nome

mas concorremos e ganhamos presidências de Países

- derrubamos ditadores.

Arrastamos a cruz de um marido carrasco

mas assumimos um divórcio e recomeçamos de novo.

Mesmo aos 40, com todas as críticas coladas à (nova) pele,

e retomamos o curso

que abandonamos para casar.



Lado a Lado com o homem

Orgulhosamente do Género Humano

Sexo: Feminino



27/02/03

Portugal



* * *

Participantes por ordem de recepção até hoje:



1 - Laura Martins



2 - Simone Borba Pinheiro



3 - Sara Rafael



4 - Celito Medeiros



5 - Maria Thereza Neves



6 - Fanny



7 - Mercilia Rodrigues



8 - Edna Liany Carreon



9 - Vanderli Medeiros



10 - Margaret Pelicano



11 - Célia Lamounier



12 - Peixão89



13 - Maria Petronilho



14 - Dinah Potyra



15 - Schyrlei Pinheiro

16 - Vilma Galvão



17 - Renata B. Guimarães



18 - Marici Bross



19 - Josette Garcia (Mila)



20 - Márcia Possar



21 - Cleide Canton Garcia



22 - Catherine Roos



23 - Paola Caumo



24 - Marcial Salaverry



25 - Emília Possídio



26 - Diana Lima



27 - Nilson Matos Pereira

28 - Ana Alice Zanettini



29 - Luciane Makkario



30 - Belquis Barés



31 - Vera Di Bomfim



32 - Fátima Ribeiro











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