Estimada Dilma
Nos idos de 2006, uma Graça, baiana, escreveu sobre estrelas - um texto comovente. As estrelas de Graça rasgaram o céu dos dias teimosos de luz pelo sonho de tantos que jamais imaginaram a felicidade de coisas tão simples - antes distantes: contemplar o sono de filhos, à luz de uma lâmpada incandescente.
Hoje, Rodrigo Vianna, no Escrevinhador, me fascina com seu sarcasmo vigoroso, não menos encantador, ao descrever um ato no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
Mas a novidade desta noite enluarada, de fogueira e cantorias no quintal - a novidade que me tirou do silêncio de meses - é tua corajosa ternura. A surpreendente ternura da Dilma guerreira, que declara: a esperança e o amor vencerão o ódio.
Confesso-te inevitável lembrar outro guerreiro que jamais perdeu sua ternura e escreveu nas páginas da história um amor imenso pela humanidade.
Assim caminhamos, desde tanto tempo. Plenos de amor por essa gente. Com nossos versos, flores, lágrimas, erros e acertos, porque humanos somos. Humanas pessoas, capazes de contaminar de amor e sonho a tantos e tantas. Não todos. Mas os necessários, porque a manhã urge e sabemos que a alegria se faz no gosto doce das casinhas repletas de mãezinhas felizes, de mesas cheias de pão e leite, de mãos rudes arrancando frutos da terra e cantando aquelas cantigas escondidas nas noites que agora se iluminam.
Vai, menina, guerreira, vai Dilma. Nosso amor te acompanha e estamos prontos, deixa que esse ódio nos mantém vigilantes, acesos, conscientes. Sempre plenos de amor, mas sempre a postos, porque sabemos quem somos.
Leva contigo a nossa chama!
|