Sozinha na minha cela,
após o gozo solitário
da masturbação pensando em você,
choro...
A sua falta hoje,
e as minhas faltas, ontem,com você...
Lembra?!...
Nas minhas tantas recusas
motivadas pelo cansaço.;
Que vida estressante!...
Sem tempo pra mim...
Sem tempo para você...
Só havia tempo para correr
atrás do vil metal,
para pagar contas:
vencidas,vencendo e a vencer...
Que loucura de vida!...
Penso agora...
Deitada nesta fria cama de concreto,
onde já dormiram outras mulheres,
como eu,
que tiveram seus sonhos mutilados
pela força da lei...
Sinto a sua falta,
e choro...
Aqui,
acabou-se o corre-corre.;
Não tenho para onde correr...
Correr pra que?!...
Não sei nem se existem
contas a pagar ou a vencer!...
Aqui?!...
Tenho tempo de sobra...
Mas não tenho a liberdade,
de ter você...
26/04/95 |