Soube hoje de manhã, quando passava em frente a umas bancas de revistas, que o Gugu, famoso apresentador de televisão, vai ser pai. O cartaz que informava era relativamente grande, de modo que a longa distància pude ler. Fiquei um tanto surpreso pela paternidade anunciada. Não me julgue mal, não me surpreendi pelo papelão em que fora construído o cartaz. Já vi maiores.
Também sei que não é certo, mas não pude conter. Lembrança do nascimento da filha da Xuxa. Na época, os jornais ofereceram grande cobertura ao assunto, inclusive matéria de vários minutos no telejornal da noite, com chamadas ao vivo da maternidade.
Como base analítica, suponho os acontecimentos por uma base proporcional. Tentei por diversas vezes me livrar dessa mania. Não tive sucesso. Herança do colégio: se x é igual a y, y pode ser igual a x. Se ao nascimento da filha da Xuxa tivemos x, ao nascimento do filho do Gugu teremos y, que pode ser calculado levando-se em conta o fator x. Certamente algumas revistas e programas televisivos vão dedicar boa pauta aos brinquedos saudáveis à s crianças, bem como tendências da moda infantil.
Mas, nisso nada de novo.
Também me ocorre de pensar no tamanho do cartaz na banca. A banca nem é tão grande assim, suporta o papelão com alguns ajustes. Corta um lado, o outro dobra, em cima prega no telhadinho. Não teve como não ver.
Na tevê é mais ou menos assim. Corta um pedaço aqui, outro ali, edita tudo. Não tem como não ver.
Mesmo assim, tem neguinho estudado que olha e diz: "O Gugu vai ser pai? E eu com isso?".
E eu repito também: "E eu com isso?"
Eita mundo danado. Até prá ser alienado, o cara tem que estar por dentro.