Seu corpo tem o gosto selvagem
de fêmea no cio,
de mulher incendida
que nem tempo tem
pra não querer vadiar.
Um dengo felino
lhe pula dos olhos,
lhe agarra nas curvas,
lhe gruda nos gestos,
um dengo manhoso
que me acende as entranhas
e as carnes me enrija
de um santo furor.
Seu corpo tem um apelo lascivo
de terra molhada,
de chão submisso
que se entrega ansioso
de ser fecundado.
Um fogo travesso
lhe ri no sorriso,
lhe dança nas ancas,
lhe empina o seu ventre,
um fogo invencível
que me atiça o galope,
que esgota o meu ser
num orgasmo infinito.
Seu corpo tem o gosto quente
de mulher no cio,
de fêmea vadia
que nem tempo tem
pra ver-se enfim saciada.
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