“ Tinha a imagem de Teresa diante dos olhos” – Kundera
Existe em Praga
um certo encanto de Teresa.
Será o dulçor que se agarra
aos cotovelos das ruas,
distância-presença
a segredar mistérios.
Será, talvez,
o brancor que se espalha
nas ancas do rio,
fascínio aos ares varados
por tesas torres lascivas.
Existe em Praga
um certo calor de Teresa.
Será o contrito fervor
das pedras fiéis
aos afagos dos anos.
Será, talvez,
o sanguíneo furor
desse céu compassivo,
confins que se abrasam
no orgasmo da luz.
Existe em Praga
um certo renascer de Teresa.
Será essa santa ousadia
que atiça a sofreguice da busca,
que empurra no encalço das horas
na ânsia de recolher as certezas.
Será, talvez,
esta força bendita
que esmaga a sedução das miragens,
ou ainda esse cio bravio
que explode ao referver das paixões.
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