2.118 - Parmegiana
Semana passada comentei que iria comer filé - "...porque amanhã irei encontrar os meus filhos, genro e nora, para um almoço de filé Ã parmegiana." . Fui mesmo e que delícia, pois estava bão demais. Duas travessas para seis, o André e eu ficamos com uma delas, a outra ficou com os demais quatro, tudo em família. O restaurante tem um nome sugestivo - "Filé Restaurante", fica no Cambuci aqui em São Paulo e recomendo, como recomendo também o Casaretto de Piracicaba e também recomendo o Mosca, codinome de Paulino, perto da ESALQ. Não podemos nos esquecer do Lellis da Bela Cintra.
Perceberam que gosto do filé à parmegiana e não se esqueçam da crase no "a", pois quando se trata de à moda, a crase se torna imprescindível. Não falamos, mas o mais certo seria filé à moda parmegiana. Para mim não muda nada, com moda, ou sem moda ele sempre é bem vindo e sendo chato não coloquem crase no Bife a Cavalo, aquele do bife com dois ovos estalados em cima do mesmo. Gostoso também e nos bifes, ou filés, podem colocar a tal da crase, por exemplo, nos "à Milanesa, à Portuguesa, à Camões, à Cubana, à Osvaldo Aranha e no Bife Ancho não.". Bife, ou filé, a diferença é no açougue e não na crase.
Acho que todo mundo sabe fazer um filé Ã parmegiana, mas aí vai um caminho: Primeiro faça o filé Ã milanesa, depois o molho com extrato de tomate, ou o seu próprio molho de tomates, monte-os e cubra com fatias de mussarela, ou queijo prato, polvilhe com bastante queijo parmesão ralado e coloque no forno por uns dez minutos para gratinar. Acompanhamentos indicados, batatas fritas e arroz branco, com as bebidas a gosto do freguês e se tiver dúvida na mussarela, vá de muçarela, grafia correta pelos gramáticos, todavia pelos cozinheiros e comilões tanto faz, não é.
Melhor que venha queimando, borbulhando, polvilhe mais parmesão e mande ver, colocando molho em cima do arroz e não coma as batatas com ketchup, mergulhe as pontas delas no próprio molho. Pensando bem me parece que vinho acompanha melhor e nesse caso o Rayovac poderia dar seu parecer; deixo sugestão ao Vem Quem Qué promover uma degustação.
Não me lembro de quando fui apresentado ao prato, mas pelo próximo século da minha vida garanto que ele fará parte de vez em quando, ou de vez em sempre. Em São Miguel ainda não tive oportunidade de experimentar um filé nos restaurantes locais, já que a Dona Cida tem a precedência sobre todos eles e nunca vai me deixar conhecê-los, mas prometo tentar furtivamente. Fiquem preparados e se eu conseguir, falarei numa próxima crónica.
Garanto que estou salivando e com fome, só que irei almoçar costela de panela de pressão, pois ontem estive em São Miguel e ganhei quase um quilo da minha mãe, faltando só chegar mais um pouco na pressão, o que a Edna fará daqui a pouco. Costela não combina com parmegiana, acho eu e pelo seu sabor próprio fiquem somente nela, não se esquecendo de lamber os ossos. Não se lambe o filé, melhor finalizar com pão italiano limpando o prato e dando o suspiro final na gostosura toda. Não tomem café e escovem os dentes mais tarde, para que o cérebro fique um pouco mais no nirvana do parmegiana.
Peguei fundo nesta, mas o molho e os queijinhos nos dentes dão uma sensação muito boa, podem sorrir, ou fazer kkkk. Pensem bem, que conclusão eu poderia ter, depois de tudo isso sobre o prato e meia hora de nirvana já é suficiente, agora eu faço kkkk...
Minha família aprovou na semana passada, mas olha que engraçado, saímos de lá prometendo voltar para uma feijoada num sábado qualquer do nosso futuro e feijoada não entra nesta crónica, embora seja ótima acompanhada de caipirinhas e cervejas.
Hoje, quinta de cinco de quatro de dezoito, trabalhando em casa viajei no parmegiana para sair do Supremo e do habeas corpus chato que todos devem ter acompanhado, pelas polêmicas envolvidas e repercussões futuras. Como seria uma receita de filé Ã habeas corpus, e viu, colocando lulas em cima seria muito óbvio; Ã moda xilindró caberia melhor.
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