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Cartas-->Para um povo de memória curta -- 22/07/2010 - 16:53 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PARA UM POVO DE MEMÓRIA CURTA

UM ANTIGO E TÃO ATUAL Comentário em jornal de domingo

“... decisão do TSE que determinou,
a pedido de um político importante,
a retirada do comentário abaixo de um site,
até pode ter amparo na legislação eleitoral,
mas fere o preceito constitucional da liberdade de imprensa de informar a verdade.”


ARTIGO

O que foi que nos aconteceu? No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, `explicáveis` demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira!

Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada!

Os fatos reais: uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder por longo tempo! Os culpados são todos conhecidos; tudo está decifrado; os cheques assinados; as contas no estrangeiro; os tapes; as provas irrefutáveis; mas negam e ignoram tudo!

Questionado ou flagrado, o corrupto não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz! Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. São psicopatas! Riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nádegas.

A verdade humilhada, num canto se encolhe. E o pior é que os corruptos - amparados em suas imagens de `povo` -, conseguem transformar a razão em vilã, as provas contra eles em acusações `falsas`, suas condições de cúmplices e autores em imagens de `vítimas`! E a população ignorante engole tudo. Como é possível isso?

Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF.

Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização. Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca tudo quebra diante do poder da mentira desses corruptos.

Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito. Está havendo uma desmoralização do pensamento. Deprimo-me:

Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê? A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, o raciocínio. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura da corrupção.

A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais aos fatos! Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações.

No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando um dos quadrilheiros abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política. Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI e o parecer do procurador-geral da república.

São verdades cristalinas, com sol a Pino. E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de `gafe`.

Corruptores e corruptos clamam: `Como é que a Procuradoria Geral tem o desplante de ser tão clara! Como que o Relator da CPI pode ser tão explícito, e como o Presidente da CPI não mentiu em nome do Partido dos Trampolineiros? Como ousaram ser honestos? Sempre que a verdade eclode, reagem.

Quando um juiz condena rápido, é chamado de exibicionista. Quando apareceu aquela grana viva toda no armário da empresa, a família reagiu ofendida com a falta de `finesse` das autoridades que não tiveram a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando.

Mas agora é diferente. As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como já apagaram fotos e reescreveram textos para contestar seus crimes, os Corruptos e Trampolineiros estão criando uma língua nova, uma neo-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte.

Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem, de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o Populismo e o simplismo.

Corruptos serão reeleitos por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em `a favor` do povo e `contra`, recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual.

Teremos o `sim` e o `não`, teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição Mundo versus Brasil, nacional versus internacional e um voluntarismo que legitima um Corrupto eleito hoje e dois de seus afilhados na próxima eleição.

Alguns otimistas dizem: `Não..., este maremoto de mentiras nos dará uma fome de Verdades`!

E eu..., digo o quê?


Obs.: Texto, de autoria não identificada, recebido de um amigo internauta (F. Maier).



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