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cronicas-->Solidão insuportável -- 21/03/2018 - 01:37 (Padre Bidião) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Solidão insuperável

Tudo e nada eram companheiros daquele ser ausente de tudo e comparável ao nada. Ela sempre vinha no mesmo horário antecipando ao alarde do cão noturno. Noturno eram os dias de sol cobertos de nuvens carregadas a tornar o ar denso e insuportável. Haviam contas pelos móveis, folhas rasgadas e uma xícara de café frio esquecida sobre o criado mudo. Os únicos sons eram dos ponteiros do relógio de parede que insistiam em avisar-lhe o encontro do qual nunca fora convidado. Sabia que não notariam sua ausência ainda que gritasse no eco de sua solidão infinita, ao contrário de sua existência que cedo ou tarde já não exerceria tanto fascínio na humanidade do convívio local. Pontual era a dama insegura e solitária diante do fato de que somente a solidão serve de companhia. O barulho ensurdecedor confunde o real do fictício desenhado por entre linhas frias, mortas. Respiração muda simula uma morte programada submetida a ação do tempo. Ele, o tempo, a vingar todas as ações ordinárias sem qualquer superioridade divina, vai digerindo lentamente todas as organelas celulares, causando-lhes uma explosão de energia inserida naquele minúsculo espaço antes cheio de vida. A cadeia respiratória cessada, não exibia mais o transporte de elétrons que impulsionavam a vida diante da solidão que transbordava mais vida. Sim, provavelmente, há mais vida numa solidão do que num conglomerado de corpos transeuntes que se cumprimentam e não se reconhecem existentes. Olham e não vêem, brilham uma opacidade, um fosco, um tosco de nada que achando, se perde no infinito da existência corpórea. Caduca sem se ver caduco, ignora sem se sentir ignorado, desfila sem passarela.
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