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cronicas-->Café no cemitério -- 13/03/2018 - 08:32 (Padre Bidião) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Café no cemitério



Ela era uma pessoa que por conta da escassez de recursos na família vivia com os pés amarrados ao chão, pois bem sabia que somente poderia contar com ela própria. Mas como toda mulher, alimentava sonhos que os guardava a sete chaves a fim de não ser exposta ao ridículo. Pois bem, por conta da vida que levava, nunca havia tido a chance de desfrutar suas prioridades através da qual, a fase juvenil se ocupa. Já na idade de ter consciência de que suas prioridades teriam que ser preenchidas por outras mais condizentes à sua faixa etária, conheceu uma pessoa de prioridades muito bem resolvidas. Num desses encontros, eis que ele lhe sugere um café no cemitério daqueles que têm todo o serviço de buffet à disposição das famílias e amigos enlutados. Tal convite, surgiu da necessidade que ele teve de ampliar novas possibilidades de passeio uma vez que toda a cidade já o conhecia e diversos lugares já estavam esgotados em sua agenda. Então, nada mais leve e suave que desfrutar da paisagem celestial de um parque das flores com a companhia dos mortos, que guardariam aquele segredo por toda a eternidade. E assim foram. O café era dos melhores que haviam com o atendimento de primeira, uma vez que não havia disputas de quem quer ser atendido primeiro. A paz celestial poderia sim ser encontrada entre os vivos desde que estes estivessem acompanhados do silêncio tumular dos que haviam partido antes. Era uma tarde chuvosa desta que se tem mais vontade de ficar em repouso sob o edredom.
O silêncio do local, era peculiar aos locutores que ali trocavam algumas palavras sobre a existência que havia enriquecido a experiência de vida de cada um. O capuccino estava delicioso, e a essência dos mortos que marcaram presença naquele local, registrava sem riscos, o diálogo.
Veio a noite, e foram cada um para suas casas, levando a certeza do segredo daquele encontro do qual, somente a eternidade teria conhecimento até o momento em que novos moradores viessem se instalar.
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