Brilhava o pórtico esplêndido na deslumbrante fachada, as pedras cristalinas, os diamantes.
O reflexo da luz branca, morno, quente, enchia os meus olhos de satisfação.
Adentrei o palácio: um som suave e melodioso — mal perceptível — afagou-me o ouvido.
Era um canto de paz vibrado em harpa: era a serenidade.
E eu caminhei com uma sensação de esquecimento em todo o corpo:
não parecia que estava, mas que existia, simplesmente.
Não pisava — pairava no etéreo.
Nada perturbava a luz.; eu sentia odores diferentes.
O néctar não deveria ser mais delicioso
e o aroma do nada absoluto, sua própria essência, buscava a amplidão.
São zero horas e vinte e dois minutos.
Recolho-me.
Boa noite!
01.10.58.
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