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Artigos-->Considerações sobre a Depressão -- 15/08/2001 - 16:35 (Georgina Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Costuma-se associar depressão a um quadro típico que engloba tristeza, falta de motivação, sentimentos de fracasso etc. Além disso, freqüentemente rotula-se o comportamento do indivíduo deprimido como "frescura" e "doideira", agregando-se a isso outras argumentações que só fazem agravar o estado desagradável que em qualquer pessoa, potencialmente, pode vir a se desenvolver.



Sendo a depressão um transtorno afetivo, faz-se necessário compreender melhor a questão da afetividade. Como sabemos, a mesma realidade externa possui representações distintas para cada um de nós, dependente que é de nossa subjetividade. Filhos de uma mesma família tecem considerações diversas sobre os mesmos pais ou amigos inseparáveis divergem calorosamente no que toca à interpretação de um filme assistido. Aquilo que apreendemos transforma-se em nossas vivências pessoais, despertando sentimentos que, por sua vez, provocam-nos reações diversas.



A afetividade é a representação de nossa realidade pessoal, independente daquela que se processa externamente. Poderíamos compará-la às lentes com as quais enxergamos o mundo circundante. Ela nos permite temer a chegada da passagem de ano, enquanto os amigos preparam a eufóricos a ceia comemorativa. Ou proporciona extrema confiança numa situação de risco, quando as pessoas em volta se desesperam. Devido a isso, a depressão é considerada um transtorno afetivo, já que as lentes acima referidas apresentam-se embaçadas ou inadequadas, gerando distorções. Julgamo-nos inadequados à vida ou sofremos por situações que não oferecem uma real ameaça.



Provavelmente, muitos se surpreenderiam ao conhecer a vasta tipologia da depressão. Ou mesmo, ao inteirar-se do fato de que muitas das vezes, o indivíduo que a vivencia sequer é acometido pela tristeza e pelo choro. Os amigos e parentes certamente teriam dificuldades em reconhecê-la nos quadros mascarados e atípicos resultantes de outras patologias emocionais, tais como pânico, fobias, ansiedade, angústia etc. Por vezes é sintoma de doença, ora coexiste ou mesmo é a causa de outras patologias. Além disso, a sintomatologia do deprimido apresenta-se de forma muito variada e o diagnóstico correto requer uma boa disposição investigativa.



Devido a isso,o profissional de saúde mental deve estar apto a diagnosticar a depressão nos casos mais complicados e mascarados, como fraqueza muscular, enxaquecas, taquicardias, cólicas abdominais, dor no peito, bolo na garganta , amenorréia etc. Algumas vezes, resistentes esses quadros aos tratamentos habituais, verifica-se através de exames clínicos a ausência de justificativa orgânica, abrindo-se então a possibilidade de ocorrência das manifestações somáticas de transtorno depressivo.



Alguns sintomas são tidos como fundamentais no diagnóstico da depressão. Um deles é a inibição psíquica, responsável por tornar o sujeito desmotivado e sem agressividade para os seus afazeres, refletindo uma baixa eficiência motora, intelectual e sexual. As atividades diárias passam a exigir um grande esforço, de difícil gerenciamento. O sintoma seguinte refere-se a anedonia, ou seja, a ausência de prazer. A vida perde a graça e não se consegue motivação para coisa alguma. Finalmente, o último deles dia respeito ao sentimento de menos-valia, este muito difícil de suportar e relacionado a sentimentos depreciativos para consigo mesmo. O deprimido sente-se falido no que toca a sua experiência existencial.



Demonstrações de cólera, irritabilidade e rabugice substituem, não poucas vezes, a postura triste e abatida a que já nos referimos anteriormente. Geralmente, nesses casos, a intolerância dos familiares para com o sujeito aumenta, agravando ainda mais o quadro. Os fatos agradáveis ocorridos em sua vida ficam fadados ao esquecimento temporário, enquanto que os desagradáveis ressurgem, destinados a uma dolorosa ruminação.



Diante do exposto, à necessidade de diagnóstico segue-se outra mais, referente ao tipo de tratamento. Em muitos dos casos, o tratamento psicoterapêutico isolado pode não trazer benefícios. De outro lado, o medicamentoso, por si só, pode também não funcionar eficazmente. Necessita-se então da associação desses dois recursos, no intuito de amenizar o sofrimento do indivíduo. Informação aproximada quanto ao tempo provável para a obtenção de um retorno positivo do medicamento torna-se fundamental nos indivíduos ansiosos. É importante que se evidencie a necessidade do exercício da paciência durante a reversão do quadro.



Os serotoninérgicos têm sido muito utilizados nos quadros depressivos. Sendo a serotonina um neurotransmissor, ou seja, a substância que faz a transmissão de um neurônio a outro, a mesma está associada à sensação de bem-estar do indivíduo. Às vezes é necessário que se faça uma maior disponibilidade da mesma no espaço entre as células nervosas. Estudos realizados em pacientes suicidas ou fortemente deprimidos denunciaram baixíssimos níveis de serotonina no líquido espinhal. A regularização desses transmissores tem conseguido bons resultados, inibindo a recaptação dos mesmos e efetivando o seu efeito anti-depressivo. Como vantagem, o fato de não apresentarem os efeitos colaterais encontrados em outros medicamentos também prescritos.



O apoio e o carinho dos familiares e amigos é algo fundamental para a pessoa deprimida. A redução do seu estado de ânimo inibe a iniciativa da busca de auxílio profissional , sendo imprescindível que receba ajuda nesse sentido. É importante que se tenha consciência dos recursos farmacológicos que estão sendo colocados frente a essa batalha , não se justificando mais o sofrimento decorrente do referido transtorno. Do ponto de vista psicoterápico , a terapia cognitiva tem evidenciado excelentes resultados, objetivando corrigir esquemas de pensamento prejudicados pelas emoções. O importante é que ocorra uma mobilização imediata para que se elimine esse mal, propiciador de tantos prejuízos pessoais, sociais e profissionais para o indivíduo .







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