1.947 - Piripaque
Falando do piripaque, advindo dos médicos Billie e Park, achei um texto no www.residenciamehcfmusp.com.br, com a devida explicação da "lenda" a respeito da palavra. O criador foi um médico de nome Delmonte Bittencourt, por volta de mil novecentos e quarenta e sete, quando ele foi atender uma mãe desesperada com a filha em estado terminal, já que tinha ingerido um veneno mortal - O perigoso copo de manga com leite. Aí, então, para acalmar a mãe ele sacou a invenção de um antídoto por dois médicos alemães e tascou uma pequena dose de soro glicosado; a jovem acordou bela e faceira.
Os médicos alemães são inventados, mas a evolução do neologismo não; pelo menos é o que conta José de Souza Meirelles Filho, autor do texto. Após esse fato, os Billie e Park serviam a qualquer histeria aparecida no Pronto Socorro, depois virou bilipak e piripaque a seguir, como já contei na crónica passada. Ele ainda diz que piripaque é largamente usado por jornalistas e escritores em todo o Brasil e pediu para conferir no Google, o que eu fiz e vi que tem mais de cento e quinze mil resultados para se inteirar da palavra.
Tem até Piripaque do Chaves e a propósito verifiquei também no Dicionário Houaiss que diz de piripaque ser substantivo masculino, podendo ser um mal físico indeterminado que aparece subitamente, com os sinónimos ataque de nervos, faniquito e chilique. Antes que alguém venha a ter faniquito, chilique, ou mesmo piripaque e corra tomar manga com leite, alerto que o substantivo masculino se refere à palavra na sua classificação gramatical e que todos de qualquer gênero podem ter um piripaque, fiquem à vontade.
Como já estou tendo um com o corretor de textos que não aceita a palavra piripaque e me manda corrigir para propague. Ednaa, tem manga? Traga uma, cerveja também e os torresmos; quero ver agora esse corretor me encher o saco. De verdade, eu quase tive um faniquito gigante, quando na sexta descobri ter que ir à Piracicaba sábado, ontem cedo, buscar as guias de pagamento dos impostos que devemos à Receita. Juro que tive, mas pelas seis eu já estava na Bandeirantes, foi um bate e volta e depois fui encontrar meu sócio, que estava sorridente e faceiro. Calma Jairão, a vida reserva momentos.
Sonhei espanca-lo, entreguei sua parte no bolo e voltei para casa pensando na palavra psicopata para escrever uma crónica. Contudo, deixarei para depois, visto que me acalmei lavando os carros, a garagem, a escada, o quintal, a calçada e quem mais passou pela rua, além de secar tudo com um rodo estroncho de tirar piripaque de qualquer um, olha, melhor que leite com manga.
Interrompendo um instante para o torresmo com cerveja e voltando com alguns piripaques locais, via Facebook. Um deles sem noção mete o pau na disputa do caiaque polo, sem saber o que é. O "piripaquoso" se preocupa com o desastre da Lagoa do Guapé, pela frequência popular e os resultados dela, além da mistura com a canoagem. Ainda critica o idealizador, um rapaz dos melhores surgidos e grande batalhador pela cidade, o Guilherme. Bom, a crítica não tem nada a ver e a ideia da competição é ótima. Os comentários em resposta foram lúcidos e esclarecedores, com o Guilherme dando um banho em sua aula sobre o tema e antes de terem mais faniquitos leiam-na, a aula do GG.
Com relação à Festa da Uva, eu a acho fundamental para a cidade, a divulgação das uvas e dos plantadores, gente séria. Claro que as atrações são fundamentais e fazem parte do escopo de uma Festa, no entanto, os "piripaquosos" a atacam, uns contra o rodeio, outros com os preços de não sei o quê, outras com o barulho e a chuva. Já com os assaltos, eu também tenho piripaque. Ei, organizadores, digam dos artistas regionais, pois tem alguém brava com essa falta de informação, haja.
Do momento nacional, a Gleisi não se cansa de ter piripaque e levar invertida, aliás, eles estão em todas as vertentes e neste domingo de vinte e cinco de dois de dezoito, com relação a esta crónica eu aceito todos eles, que porventura venham a surgir. É do jogo.
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