2.017 - Caio, Billie e Park
Domingão de carnaval, solzão lá fora e calor quase amenizado pelo ventilador de teto aqui do meu home office. Uia, cantinho doméstico gourmetizado, assim como eu li um texto de Ariane Carmo onde ela discorre sobre um novo conceito de moradia, uma housing. Sabem do que se trata, uma pura e simples pensão. Nada contra uma pensão, já que muitas vezes ela resolve seu lugar para ficar. A Ariane diz que é muito inovador o conceito de "housing", mas só tem uma coisa, não inova coisa nenhuma. Não saia por aí dizendo que vai morar num novo conceito de moradia. Não é novo e melhor chamar do velho e bom nome - Pensão.
Também sabem aquela carrocinha de cachorro quente, não adianta chamar de foodtruck, porque não vai melhorar o velho e bom sanduíche, nem chama-lo de hot-dog o diferencia de um bom pãozinho, duas salsichas, maionese e molho de tomate, com purê de batata a rodo.
Caldo de cana, ou garapa, é bom no carrinho ao lado da igreja, com a cana moída na hora, com limão, ou não, mas geladinha. Não caiam no foodtruck gourmetizado chamando a boa garapa de sugarcane juice, ou de cane broth. Fujam dele.
Continuando no texto da Ariane, ela está irritada com o novo termo "co-living", uma nova invenção dos "hipster" para a tradicional e boa república, aliás, nos meus velhos tempos de São Paulo eu só morei em república. Imaginem eu chegando a São Miguel e dizendo morar numa co-living; iria arrasar, até alguém me sugerir morar numa housing. Isso pelos idos de setenta e dois, setenta e três, quando nem república era bem conhecida, mas até que causava um certo "frisson" dizer morar numa dessas. Housing já existia no Hotel Ipiranga e um dos seus moradores era o Professor Valdemar.
E a Iriana que acabou de me mandar um uatizap dizendo da história de um neologismo bem usado nas melhores clínicas médicas. Assim, ó, o que está acontecendo com esse paciente, nada, apenas um piripaque. Por exemplo, adolescente brigando num namoro; geralmente após é acometido de um desses transtornos, que dura até o dia seguinte. Comadre, o que está acontecendo com a Maricota? Ah, só um piripaque por ter discutido a relação com o Fernandinho. Antigamente, as moçoilas até tomavam veneno, sempre manga com leite. Tiro e queda, só que não. Eu não conheço ninguém, ninguenzinho que foi para o além por ter tomado esse veneno terrível.
Concluindo o piripaque, a lenda diz que o termo começou com dois médicos alemães, autores de um longo estudo sobre o veneno poderoso - manga com leite, aliás, me parece que leite com manga é ainda pior. Os nomes dos médicos: Billie e Park, eles desenvolveram uma injeção, hoje esquecida, que funcionava como antídoto e inicialmente chamada pelo nome dos médicos, mais tarde virou Bilipak e daí, então, o famoso piripaque se tornou e tomem cuidado com ele. A Ariane já está tendo um com os novos nomes para as velhas coisas e Iriana, nome único, advém das avós Iri e Ana.
E eu que não contei que serei avó, no próximo junho. Contado está e meu neto irá se chamar Caio, que tem origem no latim e significa feliz, contente. Alguém que está sempre pronto para sorrir e demonstrar sua felicidade. Tem mais, mas já está bom por aqui. Entonces serei avó de meu neto Caio e poderia ser vovó, no entanto, prefiro avó!
Importantes manchetes de hoje, onze de dois de dezoito - "De body cavado, Denise Dias, estreia como rainha da Inocentes e diz - Vim ousada.". Está no UOL e esta também - "Musa da X-9 perde tapa-sexo e desfila segurando o Tchan.". Na Globo - "Vídeo mostra grupo promovendo arrastão na Avenida Vieira Souto, em Ipanema.". O Rio de Janeiro, sendo o Rio de Janeiro. Também - "Helena e Marina, filhas de Ivete Sangalo, inspiram fantasias de carnaval.". Do Blogue da Luiza - "Carnaval tem que estimular foliões; se não, vira desfile.". E do Antagonista - "Temer vai interromper Carnaval para ir a Roraima.". Não está indo desfilar, vai se reunir com a governadora Suely Campos para discutir a situação dos venezuelanos fugitivos da ditadura de Maduro. Isso não dá samba!
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