Todo mundo gosta de fazer pose na hora da fotografia. Alguns penteiam o cabelo, mulheres retocam o batom. Tem gente que pede para esperar um pouquinho, vai passar perfume...
Num grupo, “aparecidos” querem ficar na frente, baixinhos procuram não sumir atrás dos grandalhões. E os gordinhos? Já perceberam como se posicionam? Jamais aparecem na primeira fileira. Nunca nos cantos da foto. De preferência vamos encontrá-los espremidos entre duas pessoas, só com o rosto à mostra. Não deixa de ser uma boa estratégia, escondem o corpo (do qual não estão satisfeitos no momento) que assim “não” ficará registrado para a posteridade. Quando fotografados sozinhos ou com pouca gente, não tem jeito. Aparecem como são.
Ou como não são, porque alguns têm a sorte de ser fotogênicos. Ficam mais bonitos e às vezes nem vemos suas “banhinhas” disfarçadas por baixo das roupas largas. Mas a regra geral não é esta. Normalmente as fotografias são implacáveis. Mostram rugas, dentes desalinhados, assim como o contorno dos pneus insuportáveis.
Gente que tem queixo duplo (por ser gordinho ou mais velho) deve tomar cuidado na hora do clique. Se levantar um pouco a cabeça, pode melhorar. Mas se o fotógrafo estiver muito perto, não adianta. A “papada” vai aparecer.
Se estivermos de frente, com a cabeça erguida, as costas eretas e a barriga “encolhida”, pensamos que vai dar tudo certo. Na revelação, porém, percebemos que nossa figura arredondada tomou conta do espaço. E se ao nosso lado estiverem pessoas magras, aí então é que ficamos mais redondos ainda.
Todo mundo gosta de fotografias, queremos que sejam reveladas o mais breve possível. Gostamos de ver as situações para relembrar momentos alegres. Mas quase ninguém fica satisfeito ao se ver. Acha que está feio, com a boca torta, o nariz muito grande, a pose ou o instantâneo defeituosos.
Os gordinhos não gostam das fotografias porque elas revelam a realidade. E, além de tudo, dão-nos um aviso: está mais do que na hora de começar o regime.