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Artigos-->Armas e Violência -- 29/11/2003 - 10:20 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




De novo, a questão das armas de fogo

(por Domingos Oliveira Medeiros)



A mídia, impressa e televisada, de modo geral, já se posicionou a favor da medida que pretende proibir a posse de armas de fogo. Mas o assunto não é tão simples como parece. É bem mais complexo.Talvez até semelhante ao tema da pena de morte. Há prós e contras. Haja vista a posição contrária à aprovação da medida, manifestada pelo senador Íris Rezende, presidente da comissão mista de segurança pública que examina as várias propostas de desarmamento. Há interesses em jogo, também. Difusos e nem sempre reconhecidos pela população que, na sua maioria, leva em conta os argumentos utilizados pela imprensa.



Não acredito que a medida virá resolver ou minimizar, de forma significativa, o problema da violência. Aliás, não é de hoje que autoridades, governantes e políticos tentam resolver os problemas pelas folhas, sem ir às suas raízes.



A bem da verdade, a maioria dos crimes que são praticados neste país o são através de armamento pesado; armas de guerra, como as metralhadoras, os fuzis e as granadas.



Além do mais, existem outros armamentos, não menos importantes, que ficaram de fora dos anteprojetos de lei que tramitam no Congresso Nacional: são as chamadas armas brancas: as facas, as navalhas, os punhais e tantos outros instrumentos de que se utilizam os marginais para ferir e matar.



Sem falar nas pedradas, nas pauladas e até nas vítimas que são enterradas vivas, conforme aqueles executivos portugueses, mortos no litoral cearense, na praia, ironicamente, chamada de Praia do Futuro.



Alegar, em favor da aprovação da medida, que em sete anos de envolvimento na guerra do Vietnã, os Estados Unidos perderam mais de cinqüenta mil, soldados, enquanto no Brasil, nesse mesmo espaço de tempo, foram trucidadas cerca de 280 mil pessoas é, no mínimo, distorcer a questão para angariar simpatizantes à causa.



Primeiro, porque, sabidamente, este rol de mortandade brasileira não se deu, única e exclusivamente, a partir de armas de cidadãos pacatos; estas armas, por um motivo ou outro, foram parar nas mãos dos marginais.



Evidentemente, as várias chacinas que ocorrem nos grandes centros e nas grandes capitais, onde são mortas dezenas de pessoas à cada minuto, são delitos que contam, sempre, com armas pesadas - metralhadoras e fuzis - quando não granadas de uso exclusivo das forças armadas. Depois, como referimos acima, aquele total de mortes deve incluir, naturalmente, mortes por armas brancas, por estrangulamento, facadas...



Retirar a arma de um cidadão pacato, cuidadoso com sua guarda e manutenção, e que a possui, muitas das vezes, para espantar animais ou ladrões de galinha , próximo à sua residência ou chácara de veraneio, por exemplo, é o mesmo que deixar a pena de morte válida, tão-somente, para os bandidos.



Aliás, a pena de morte, para os bandidos, já existe. E tem mais: o bandido é quem dá a sentença e decide quem vai morrer, de que forma e quando irá morrer. E, de quebra, o marginal nem se preocupa com eventuais “erros judiciais”, argumento sempre utilizado pelas organizações de defesa dos direitos humanos.



Defesa de direitos humanos, na sua maioria, capenga. Posto que não se vê a defesa agir em favor das vítimas. Sempre a culpa é do soldado, que não devia ter matado o marginal; Do estado, que não soube defender o preso colocado sob sua tutela; Do governante e autoridades que não aplicaram, de forma correta, o estatuto da criança e do adolescente.



Nós, que estamos do lado de cá, que pagamos os impostos, é que temos que colocar nossas grades, criar nossas jaulas, inibir o direito de ir e vir, blindar nossos carros, não reagir aos assaltos, e, de quebra, assistir psicopatas incuráveis, estuprando e matando jovens e adolescentes, sob o manto da impunidade e sob a defesa “ferrenha” do grupo dos direitos humanos.



Só acredito no combate à violência quando ele for precedido de um levantamento geral dos fatores que contribuem para os vários tipos de violência e que, infelizmente, grassam neste país, há tempos. Esta é a maior violência, ao meu ver. A omissão do Estado.



A partir deste grande diagnóstico é que o governo, a classe política e a sociedade organizada poderão implementar uma série de ações integradas e interligadas, de forma gradual e permanente, onde nada poderá ficar de fora, por qualquer motivo que seja, principalmente os de ordem econômica inconfessáveis.



Domingos Oliveira Medeiros 01-03-2002





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