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Erotico-->Os donos do lar são os amantes - capítulo III -- 29/07/2019 - 19:04 (Lorde Kalidus) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Como que na sequência de uma reconciliação, o café da manhã preparado pela esposa tem direito a cereais, torradas com pão francês, ovos mexidos e suco de laranja. O diálogo após o amor da noite anterior não foi muito além do que já havia sido debatido pelos dois anteriormente, cessando quando o sono bateu, pouco depois dos pedidos de desculpa indiretos, quando Rômulo admitiu que não poderia jamais ter desconfiado da esposa depois de tudo pelo que passaram. Um beijo selou a paz entre ambos e, logo depois, o sono bateu pesado e ele nada mais viu até o amanhecer.

- Bom que tenha chegado essa época, não gosto do calor.

- Eu sei, diz ela, alimentando-se junto ao marido. Às vezes eu acho que muitos casamentos acabam caindo na monotonia justamente porque não resta nada mais de novo pra que maridos ou esposas descubram um sobre o outro. Sei lá, parece que a coisa acaba caindo meio que na monotonia. Talvez você ter tido aquela desconfiança ontem tenha sido bom, de certa forma...

- Monotonia, rotina, são coisas que fazem bem... Ainda mais em alguns casos em que aparece cada novidade perturbadora, como alguns casos que chegam pra mim no escritório.

- É? O que anda acontecendo por lá?

- Um exemplo, um camarada tá pedindo a separação da mulher porque descobriu que tá sendo traído. Os dois têm uma casa, com edícula no fundo que é alugada pra uma rapaz. A mulher aproveitava que o peão saía pra trabalhar e se realizava com o inquilino. O cara começou a ficar desconfiado quando a mulher não recolhia mais o aluguel do cara. Ela disse que tava depositando o dinheiro na conta, mas há uns três meses que não chegava mais. A coisa acabou em briga quando o marido chegou em casa, pegou o sujeito na cama com a esposa e foi pra cima. Mas o cara era maior e o corno acabou tomando uma surra...

- Além de corno, ainda apanhou, diz a mulher, rindo com a boca cheia de pão. Coitado, contorna ela, quando percebe o espanto do marido, ainda que contido, com sua reação diante da traição da esposa do cliente. E aí, que fim vai dar isso?

- Ele quer separar e ficar com a casa, aí vai expulsar a mulher e o inquilino. Mas admite que ainda ama a mulher. O duro é que ele não tem nenhuma prova do adultério e, se larga ela assim, ainda vai ter que dividir os bens, já que não são casados no papel...

- Situação complicada essa. Ainda deu sorte que a mulher não meteu uma Maria da Penha nele, nessa época é só a mulher abrir a boca que o marido tá indo em cana, mesmo sem ter feito nada...

- Felizmente, nós não temos esse problema, diz ele, segurando na mão da mulher, que sorri enquanto mastiga o pão. Bom, melhor eu me arrumar pra ir trabalhar. O trânsito pro centro já deve estar um desastre.

- Vai lá. Daqui a pouco vou pra academia.

Tão logo escova os dentes, Rômulo se despede da esposa e ganha o corredor, esperando o elevador chegar. No caminho para o estacionamento do prédio, contato com um ou outro vizinho, conversa jogada fora, sorrisos amarelos, um bom dia aparentemente amistoso, como é de se esperar do convívio entre pessoas que residem no mesmo prédio e não necessariamente se relacionam.  Ao chegar ao térreo ele não se detém, caminhando em direção à saída. Cumprimenta o zelador e um dos porteiros, ambos tentando disfarçar alguma reação quando o advogado passa pelos dois, que continuam conversando e, olhando em volta quando ele se afasta, entram no prédio. Se Rômulo por algum instante nota a reação dos dois trabalhadores ela logo é esquecida, tão logo ele entre em seu carro e esteja dirigindo em direção ao escritório.

Assim que chega ao estacionamento, na Rio Branco, Rômulo deixa a chave com o funcionário e caminha em direção ao prédio onde fica seu escritório. Não demora muito para que a discussão com Cristiane seja esquecida, uma vez que ele, tão logo entra no prédio, começa a pensar nos compromissos que vai ter de enfrentar durante o dia, razão pela qual chegou mais cedo ao escritório. A secretária, acredita ele, já deve estar ajeitando os papéis para a audiência das 13:00hs, uma vez que ele disse que gostaria de examinar os documentos antes de sair. Mais uma vez, dentro do elevador, socializa-se com os demais inquilinos e funcionários do prédio, à medida que os conhece. Poucos minutos depois, chega ao escritório, no décimo andar.

Passa pela porta de vidro, não vendo a secretária em sua mesa. Sabendo que ela já se encontra por lá, decide chama-la, enquanto leva sua maleta até o escritório.

- Ângela, você tá por aí? – Antes que possa ouvir qualquer resposta, vê a secretária saindo do banheiro, seguida de um homem de macacão azul, que demonstra uma discreta, mas existente apreensão. A mulher procura não esboçar qualquer insegurança e ajeita, tentando não chamar a atenção do chefe, a roupa e o cabelo.

- Bom dia, chefe... Eu chamei o zelador pra dar uma olhada no vazamento do chuveiro. Ele já tava quase acabando, não esperava que fosse chegar mais cedo. – Pensando no dia que vai ter no fórum e sem disposição para entrar em atrito com a secretária, numa fração de segundo o advogado acha a melhor forma de responder:

- Ah, sim, espero que tenha conseguido resolver. Às vezes quero tomar um banho pra ir pra casa ou algum outro lugar depois do serviço e fica aquela água gelada pingando em mim enquanto tomo o banho quente...

- Não se preocupa, não, doutor Rômulo, tá tudo arrumado. Se precisar de alguma coisa de novo é só chamar.

- Obrigado, seu Osvaldo. Até mais. – O zelador deixa a sala, sem olhar para trás, deixando a entender claramente o que fazia ali, com a secretária do advogado. Ele se vira para a funcionária, vendo-a ajeitar a roupa e, mais uma vez, o cabelo, não conseguindo esconder o espanto, embora contido, ao olhar para o rosto da mulher:

- Limpe o canto da boca... – ela passa o braço no local indicado e o patrão nota que há pequenas manchas na blusa da mulher, sobre as quais ele não se preocupa em comentar. – Ângela, o que você for fazer, não faça aqui, tudo bem? Preparou os papéis que eu pedi?

- Já, sim... estão ali em cima da sua mesa. Na verdade, já tinha deixado uma parte pronta ontem e hoje só juntei tudo.

- Certo. Eu vou me preparar pra audiência agora, marque os compromissos de acordo com a disponibilidade da agenda, tá bom?

- Tudo bem. – O advogado dá um sorriso e caminha em direção ao escritório. A secretária, percebendo a vista grossa, se mostra um tanto constrangida e percebe os pontos manchando sua blusa, tentando se limpar.

Dentro de sua sala, Rômulo começa a organizar os papéis quando, num determinado momento, se pega pensando na cena que presenciou quando chegou ao escritório, no que havia acabado de ocorrer entre a secretária e o zelador, mais do que visivelmente notório, e também, ocasionalmente, na esposa. Ângela, sabia ele, é casada desde antes de começar a trabalhar para ele, há coisa de três anos. Nunca perguntou nada sobre o casamento dos dois, mas também nunca a ouviu reclamar, embora já tenha ouvido um ou outro comentário malicioso sobre ela por parte de funcionários do prédio, o que indica que o zelador, provavelmente, não foi o único a usufruir dos favores dela.  Mas o que motivaria as traições, ele se pergunta, lembrando que lida com elas dia após dia no cotidiano do trabalho. O que estaria errado no casamento para que a mulher se prestasse a tirar a roupa para outros homens e enganar o marido, com quem divide a cama? Se não há nada que precise compensar através de seus encontros secretos, seria unicamente desequilíbrio moral?

 E quanto a Cristiane? Seria ela totalmente fiel? Ele se pega novamente perguntando-se sobre o assunto, embora a desculpa dada na noite anterior tenha sido convincente o bastante para que ele não mais pensasse sobre ele. Mas ele mesmo já fez faculdade e não se lembra de algo assim ter acontecido enquanto estudava. Não que fosse totalmente absurdo, mas não há como não ficar surpreso. E, como se uma coisa não puxasse à outra, ele logo se vê lembrando-se que a esposa passa várias horas sozinha em casa e que não precisaria ir à faculdade para conhecer um amante ou vários... ou talvez houvesse conhecido alguém por lá e passasse seus dias com eles, ou simplesmente houvesse, sim, matado aula para estar com outros homens.

Como se não visse o tempo passar, o advogado logo está a caminho do fórum da Barra Funda. O trânsito, como é de se esperar, não colabora. Lá, as audiências parecem se arrastar e as conversas com clientes, muitos deles criminosos, parecem lentas e improdutivas, dada a quantidade de vezes que Rômulo tem de explicar, seja o que têm de dizer diante do juiz, seja a pena que vão ter que cumprir devido a determinado crime após uma condenação. As horas se passam, e, por volta das 16:00hs, vem a notícia de que uma das audiências foi cancelada. Indisposto para retornar ao escritório e acabar tendo de discutir com a secretária devido à possibilidade de flagrá-la novamente com o zelador do prédio ou algum outro com quem ela se relacione, ele decide pegar o carro e retornar ao lar.

Tão logo chega ao prédio, estaciona o carro e não vê a hora de estar sentado em sua poltrona, descansando em seu apartamento uma vez mais. Ao subir para o prédio percebe o porteiro fazendo uma ligação no interfone. O homem acena, cumprimentando o advogado, que entra no elevador e sobe em direção ao seu andar. Ao chegar, abrindo a porta, vê o zelador adentrando as escadas, provavelmente para distribuir a correspondência, desta vez, mais cedo. Ele entra em casa, então, percebendo que a porta se encontra destrancada, vê a mulher, mais à vontade que o normal, utilizando apenas as roupas de baixo, arrumando a cama.

- Oi, chegou mais cedo! O que houve?

- Uma das audiências foi cancelada. Arrumando a cama agora?

- Isso... tirei uma soneca de tarde, aproveitei, então, pra trocar a roupa de cama. Como foi seu dia?

- Corrido. Analisando documentação, audiências e, de manhã, cheguei no escritório e por pouco não peguei a secretária com o zelador.

- Sério??? Dentro do escritório? Como foi?

- Ah, eles me ouviram chegando e saíram de dentro do banheiro, tentando disfarçar, se arrumando... eu notei que ela tinha um traço de esperma no canto da boca. – a esposa se impressiona.

- Nossa... e o que você fez, mandou ela embora?

- Não. Só deixei claro que ela tem que fazer o que quer que faça em outro lugar. Ia dar dor de cabeça pra arrumar outra secretária, pagar direitos trabalhistas e tudo o mais. Contanto que ela faça enquanto eu não estou lá e isso não afete a imagem do escritório, tudo bem. Mas o que me intriga é que a mulher é casada. E eu já tinha ouvido alguns funcionários do prédio falando dela antes de eu ter visto ela com o zelador.

- Meu, é chifre comendo solto... não dá pra confiar em mais ninguém, diz Cristiane, rindo. Aí a mulher chega em casa e beija o marido depois de chupar o pau do zelador!

- Pra você ver... Bom, eu vou tomar um banho. Pelo menos dá pra ficar um pouco com você antes de você ir pra faculdade.

- É, responde a esposa, com um sorriso amarelo enquanto o marido, pronto para o banho, dirige-se ao banheiro. Ela permanece no quarto, arrumando a cama, enquanto ele, vendo o lençol recentemente tirado da cama mal arrumado no cesto, praticamente caindo dele, decide arrumá-lo. Assim que o toma nas mãos sente algo pegajoso, que logo nota ser uma mancha de tamanho considerável e que se espalha pela região central da roupa de cama, como uma mancha grande de esperma recentemente derramada... 

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