1.963 - Wayne Gemma
Semana passada eu disse que iria procurar um filme do Jão Vaine; não achei e o que achei foi o ator Henry Fonda, não mencionado por mim, porém grande nos farvéstis com o sério "Era Uma Vez no Oeste" e cómico com o "Il mio nome è Nessuno". Não se ligou neste filme, não se incomode, já que ele é de mil novecentos e setenta e três e no Brasil foi chamado de "Meu Nome é Ninguém", com a participação de Terence Hill. O papel de Henry era o de um famoso pistoleiro chamado Jack Beauregard, assediado pelo seu devoto fã, o "Ninguém", interpretado pelo Terence Hill. Recomendo este filme para boas risadas.
Terence Hill ficou famoso pelo personagem Trinity, é um ator italiano chamado Mario Giuseppe Girotti. Complicado não, de nome Mario, conhecido por Terence e famoso por Trinity. Ele estreou filmes de ação e faroeste, com o parceiro Bud Spencer, já falecido e um ator daqueles "gordão" e de bom coração. Esse Bud chamava-se Carlo Pedersoli e foi nadador olímpico italiano, ou seja, dono de um corpo atlético e fizeram mais de vinte filmes juntos, humor e comédia com os western spaguettis.
Tratar os westerns italianos como spaguettis pode parecer que todos foram péssimos, ou sem nexo com a realidade americana, só que não é assim. Todos eram em cores e tela panoràmica e começaram a ser produzidos em sessenta e três, sendo o primeiro exemplar uma produção alemã; ué, alemão. Sim! Seu nome: "Der Schatz im Silbersee" traduzido para O Tesouro dos Renegados, estrelado por Lex Baker, ex-Tarzan do cinema americano. É que este filme estimulou a Itália a estrear no gênero com "Buffalo Bill, L´Eroe del Far West", estrelado por Gordon Scott, outro ex-Tarzan do cinema americano.
Nessa época eu tinha nove anos, mas se eu fosse ex-Tarzan, sem dúvidas eu seria um astro italiano, interpretando um xerife chamado Mini Earp, ou um bandido chamado de Little Kid e meu nome de astro seria Wayne Gemma. Comparável a todos os astros americanos que se bandearam para a Itália, como Clint Eastwood, Lee Van Cleef, Rod Cameron, Sterling Hayden, Burt Reynolds, Joseph Cotten, Van Johnson, John Philip Law, Broderick Crawford, Jeffrey Hunter, Robert Ryan, James Coburn, Telly Savalas, até o mencionado acima, Henry Fonda e Orson Welles, este inimaginável, mas foi.
O grande astro, o que mais se sobressaiu e aproveitou a chance foi o Clint Eastwood e tenho que admitir, o homem era bonito demais, falava muito pouco nos seus filmes, pitava um cigarrinho de lado na boca, atirava muito bem e aparecia do nada, quase um sobrenatural, vejam seus filmes desse período. Sabem que ele ganhou um Oscar como Diretor de Os Imperdoáveis, western americano, um clássico de mil novecentos e noventa e dois, roteiro com prostitutas, assassinos, xerife, pistoleiros, bandidos, conflitos, bordel, saloon, vingadores, enfim, a receita toda e levou quatro Óscares, sinal de que o Clint aprendeu tudo.
Os Bang Bang à Italiana, conhecidos assim no Brasil, também estrelados por atores originais italianos, só que olhem o engraçado da coisa, eles usavam pseudónimos americanos como Montgomery Wood, de Giuliano Gemma; o diretor Sergio Leone virou Bob Robertson, Gian Maria Volontè passou a ser John Wels e até um brasileiro fez muito sucesso por lá.
Seu nome António Luiz de Teffé, que virou Anthony Steffen, filho de embaixador e nascido na embaixada brasileira em Roma. Participou de diversos filmes e contracenou com várias estrelas do nível de Sophia Loren, Gina Lollobrigida, Claudia Cardinale, Elke Sommer e os astros Franco Nero, Giuliano Gemma, até com Clint Eastwood. Steffen encerrou a carreira e veio morar no Rio de Janeiro, vivendo pelo Jet Set internacional, residindo no Leblon, aonde veio a falecer em dois mil e quatro. Ele foi homenageado com um livro sobre um ator brasileiro no universo do western, no entanto muito pouco para o que ele foi.
Neste domingo, vinte e um de um de dezoito, digo que nossa televisão e mídia ficam homenageando gatos pingados, quase sem talento nenhum, que vão morar em Los Angeles, já se achando grandes e nem sabem o exemplo que têm com o António de Teffé.
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