Você vai crescendo, o tempo vai passando e as épocas ou tempos se sucedem. No início você não nota, depois fica óbvio demais. Imagino que mais adiante volte a não ter interesse. Espero.
Na adolescência a ànsia pela liberdade que a maioridade parece trazer. Aí aparece a primeira época. São as festas de quinze anos. Por um ou dois anos, todos os sábados há uma festa de quinze anos para você ir. As vezes duas. Algumas, convidados legítimos, convite empunho. Outras, furão consentido.
Depois a época do vestibular. Por um ou dois anos você acompanha tudo sobre vestibulares, seja o próprio, seja o dos amigos. Com ele a maioridade e a suposta independência. Você descobre que não é bem como imaginou, mas de qualquer forma é ótimo. Quatro ou cinco anos depois, as formaturas. Nesta época parece que o mundo inteiro está se formando em alguma coisa. Novos doutores, esperanças redobradas, a independência real. Um pouco antes ou um pouco depois os primeiros empregos melhor remunerados, montagem de apartamentos, carros comprados com o próprio dinheiro. Satisfação redobrada. Junto com as formaturas, muitos casamentos. Presentes, padrinhos, ternos, gravatas, vestidos. Todos parecem adultos.
Um pouco depois, vez por outra o chamam de Sr., Dr. e você estranha. Soa diferente. Com o tempo você se acostuma e passa a estranhar quando não o tratam assim. Sinal dos tempos. Aí independente da idade aparece o primeiro sinal de que o tempo passou. Na rua, um ou outro já vai lhe chamar de tio.
Depois os filhos crescem e seus amigos o chamam de tios. Se parecia natural quando eram crianças, ser chamado de tio por um mangolão de dois metros é sempre algo estranho. Uma espécie de aviso de que o tempo passou. Talvez o chamem como no nosso tempo. Seu fulano. Por mim, Renato, assim, sem acessórios está de bom tamanho. O problema é que eles tem dificuldade. Os períodos então se repetem com os filhos e a gente vai observando.
Mais ou menos quando os filhos estão fazendo vestibular surge um sinal de que o tempo de fato passou. Você encontra alguém que não vê há algum tempo e ele muito gentil rapidamente fala, querendo ser o primeiro
- Como vai fulano? Como você está bem.
Dizer este "você está bem" é pancada forte no orgulho. É mais ou menos como dizer que a criança é engraçadinha ou que o hotel é bem limpinho. Eu prefiro ser poupado destes agrados. Um "tudo bem-tudo bom" já estaria de muito bom tamanho.
Outro dia encontrei um conhecido que não via há mais de dez anos. Ele sacou rápido